Aquelas regiões vão estar "entre as primeiras" a enfrentar temperaturas superiores à média e uma maior escassez de água nos próximos 30 anos, refere o documento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado no âmbito do Fórum Mundial para a Água que decorre até sexta-feira em Brasília, no Brasil.
O documento "Stress hídrico e migração humana" foi elaborado pela FAO juntamente com a Aliança Mundial a favor da Água e a Universidade de Oregon, nos Estados Unidos.
Embora refira que é necessário recolher mais informação sobre "as dinâmicas da ligação entre a migração e a água" naquelas zonas do mundo, a FAO considera que muitas populações rurais já foram obrigadas a deixar as suas terras devido às dificuldades que enfrentam e que põem a sua vida em risco.
"A escassez da água na América do Sul e no norte da Ásia é menos grave, [mas] existem poucos dados nestas zonas sobre as pressões migratórias", acrescenta a informação.
No entanto, a FAO realça que o aumento do consumo de água, que se multiplicou por seis nos últimos 100 anos, juntamente com as alterações climáticas ou a contaminação dos rios, representam um "desafio ameaçador para a humanidade" que tem mais impacto nas zonas agrícolas.
O fenómeno dos migrantes ambientais tende a agravar-se como consequência da subida das temperaturas e da procura crescente registada nos setores agrícola, energético e industrial.
São ainda referidas as situações de elevada precipitação ou vulnerabilidade a inundações, assim como de secas mais frequentes.