Considerado um moderado, pela experiência como negociador nuclear sob a presidência do reformista Mohammad Khatami e pelas críticas que fez ao conservador Ahmadinejad, Rohani prometeu uma abordagem "construtiva" ao Ocidente, assegurando no entanto que não haverá qualquer "rendição".
Um apoiante incontestável da Revolução Islâmica de 1979, Rohani tem um percurso marcado por cargos políticos importantes: deputado (1980-2000), secretário do conselho supremo de segurança nacional (1989-2005), do qual continua a ser membro, e principal negociador nuclear (2003-2005), quando o Irão aceitou uma moratória ao enriquecimento de urânio, o principal objetivo das potências ocidentais nas negociações sobre o programa nuclear.
Na véspera da posse, um incidente em torno das suas declarações durante as celebrações de Al Quds, o dia de apoio à Palestina, deu a Israel a oportunidade de repetir que, contrariamente às expectativas da comunidade internacional, nada mudou no Irão com a eleição de Rohani.
Na versão inicial, divulgada pelas agências iranianas Mehr e ISNA, Rohani afirmava que Israel era "uma ferida" no mundo islâmico que "devia ser eliminada". Mais tarde, a televisão estatal difundiu as imagens das declarações de Rohani, segundo as quais "a ferida" era a ocupação dos territórios palestinianos.
"Mesmo que os iranianos venham a negar estas afirmações, é isto que ele pensa e que reflete os planos do regime - construir uma arma nuclear para ameaçar Israel", disse o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
A cerimónia de tomada de posse é presidida pelo guia supremo da República Islâmica, o 'ayatollah' Ali Khamenei. No domingo, Rohani, eleito em junho, é investido pelo parlamento, dando início a um prazo de dez dias para apresentar o seu governo, que muitos analistas esperam ser essencialmente integrado por tecnocratas.