Presidentes da Croácia e da Sérvia admitem relações tensas entre países

Os presidentes da Croácia e da Sérvia reconheceram hoje que as relações entre os dois países ainda não são "amigáveis", mais de 20 anos após o final das guerras que desmembraram a antiga Jugoslávia federal.

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Lusa
13/02/2018 23:33 ‧ 13/02/2018 por Lusa

Mundo

Declarações

"Infelizmente, a história continua a pesar nas relações entre a Sérvia e a Croácia (...), impedindo que se qualifique de amistosas as relações entre os Estados", declarou a croata Kolinda Grabar Kitarovic, após receber em Zagreb o seu homólogo Aleksandar Vucic.

"A Sérvia e a Croácia terão necessidade de promover melhores relações no futuro", assinalou por sua vez Vucic.

A guerra de 1991-1995 entre croatas e forças sérvias provocou cerca de 20.000 mortos. Foi uma consequência da declaração de independência da Croácia em junho de 1991, o primeiro episódio da desintegração da ex-Jugoslávia.

Após um período de apaziguamento, as relações entre os dois países agravaram-se nos últimos meses, com acusações mútuas sobre crimes de guerra durante o conflito da década de 1990 ou no decurso da Segunda Guerra mundial.

Candidato à adesão, a Sérvia acusa regularmente a Croácia, membro da União Europeia (UE) desde 2013, de bloquear o seu processo de negociações com Bruxelas.

"Sobre numerosos assuntos, não estamos de acordo, sobre alguns aproximámo-nos, e sobre outros vamos aproximar-nos nos próximos meses", disse Kolinda Grabar Kitarovic, que exerce essencialmente funções honoríficas.

Entre os pontos em desacordo, foi assinalada a questão das pessoas consideradas desaparecidas depois da guerra de independência da Croácia, e um diferendo fronteiriço sobre o Danúbio.

Em caso de impossibilidade de acordo sobre este ponto, os dois chefes de Estado concordaram no recurso a um tribunal de arbitragem internacional. Uma resolução sobre esta questão é indispensável para que a Sérvia possa integrar a UE.

Após ter visitado a Croácia na qualidade de primeiro-ministro, a deslocação de Aleksandar Vucic foi a primeira deslocação de um presidente sérvio desde a concretizada pelo pró-europeu Boris Tadic em 2010.

Vucic foi recebido em Zagreb por cerca de 400 manifestantes, que o apelidaram de 'tchetnik', a designação dos monárquicos sérvios durante a Segunda Guerra mundial, e de "agressor sem remorsos".

"Ninguém na minha família, nem do lado do meu pai nem do lado da minha mãe, pertenceu ao movimento tchetnik", respondeu o Presidente sérvio, que em 2008 rompeu com um partido ultranacionalista para se converter num centrista pró-europeu.

Na Sérvia, o jornal Informer, considerado próximo do regime, denunciou a "histeria ustasha", numa alusão ao Estado croata ustashi, aliado da Alemanha nazi entre 1941 e 1945.

 

 

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