Na prática, o ex-Presidente fica impedido de se recandidatar em 2021 a um cargo que exerceu durante dez anos e do qual se afastou por não se querer "perpetuar no poder".
Segundo dados divulgados esta noite, em Quito, dois em cada três equatorianos que participaram no referendo votaram pela limitação a dois mandatos dos titulares de cargos públicos, que tinha sido eliminada por Correa em 2015.
Ano e meio antes de sair do poder, depois de uma década na presidência no Equador, Rafael Correa fez aprovar pelo Congresso uma emenda constitucional que permitia a reeleição ilimitada a partir de 2021. A medida foi interpretada como uma estratégia para regressar ao poder em 2021, versão que seria mais tarde confirmada por apoiantes de Correa.
A presidir aos destinos do país ficou o ex-vice-presidente Lenín Moreno, eleito pela margem mínima, em abril do ano passado. Moreno entrou em rapidamente em colisão com o seu antecessor e acabou por propor um referendo para mudar a Constituição, medida vista como uma tentativa de impedir que Correa volte a candidatar-se em 2021.
Os equatorianos acabaram por dar razão a Moreno no referendo deste domingo, confimando uma tendência que já era visível nas sondagens.
"Os dias de confronto ficaram para trás", disse hoje Moreno, acrescentando que o resultado do referendo "fortalecerá a democracia" na nação andina, rica em petróleo.
Rafael Correa, pelo seu lado, tentou atenuar o impacto do referendo, dizendo que os cerca de 36 por cento de eleitores equatorianos que votaram pela reeleição ilimitada mostram que as forças políticas que o apoiaram continuam a ser importantes.