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Papa defende bispo chileno Juan Barros e diz que acusações "são calúnias"

O papa Francisco defendeu hoje o bispo chileno Juan Barros e assegurou que as acusações de que este encobriu os abusos sexuais a menores cometidos pelo sacerdote Fernando Karima "são calúnias".

Papa defende bispo chileno Juan Barros e diz que acusações "são calúnias"
Notícias ao Minuto

15:59 - 18/01/18 por Lusa

Mundo Igreja

"No dia em que trouxerem uma prova contra o bispo Barros, eu falarei", declarou o pontífice aos jornalistas à chegada à cidade Iquique, onde celebrou a terceira e última missa da sua visita ao Chile.

"Não há uma única prova, tudo é calúnia", disse Jorge Mario Bergoglio.

Durante a sua visita ao Chile, que termina hoje, o papa Francisco encontrou-se com um grupo de chilenos vítimas de abuso sexual por parte de sacerdotes, e pediu desculpa "pelos danos irreparáveis" sofridos.

A organização Laicos de Osrono, que agrupa católicos que exigem a renuncia do bispo chileno Juan Barros, lamentou hoje o apoio do papa Francisco.

"Por um lado, o papa demonstra indolência e falta de sabedoria, mas não nos surpreende, ele mantém o status quo", afirmou o porta-voz da organização, adiantando que ficou demonstrado que a presença de Barros nas missas foi mera vontade do Papa.

Mario Vargas, representante também de Laicos de Osorno, disse a Radio Biobío que não ficou surpreendido com o "apoio incondicional" do pontífice a Barros, lembrando que, em 2015, Jorge Mario Bergoglio disse que essas acusações tinham surgido para desacreditar o bispo.

Sobre a prova exigida pelo papa para discutir as acusações contra o chefe da diocese de Osorno, Vargas lembrou a carta enviada ao Vaticano por Juan Carlos Cruz, uma das vítimas de Karadima, a descrever os abusos e indicando que Barros sabia e nada fez.

"Se essas não são provas suficientes, não sabemos mais o que pensar", concluiu.

Enquanto isso, José Andrés Murillo, diretor da Fundação para a Confiança e uma das vítimas de Karadima, pediu o retorno do papa emérito Bento XVI para resolver a situação dentro da Igreja Católica em relação aos problemas de abuso sexual contra menores.

A visita de Francisco ao Chile fez reviver o escândalo dos sacerdotes que abusaram de crianças, tendo a organização Bishop Accountability publicado esta semana uma lista de 80 clérigos acusados de abusos sexuais de menores no país sul-americano.

O papa aterrou na noite de segunda-feira na capital chilena para uma visita ao país, tendo já ocorrido protestos contra os abusos sexuais realizados por padres e demonstrações de ceticismo face à Igreja Católica Romana.

Algumas igrejas foram incendiadas e a polícia teve que recorrer a gás lacrimogéneo e canhões de água para por fim a um protesto contra o papa Francisco.

Esta é a primeira visita do papa a esta nação com 17 milhões de habitantes, desde que assumiu o papado, em 2013.

A viagem acontece numa altura em que muitos chilenos estão descontentes com a decisão de Francisco, tomada em 2015, de nomear um bispo próximo do reverendo Fernando Karadima, que o Vaticano considerou culpado, em 2011, de abusar sexualmente de dezenas de menores ao longo de décadas.

Depois do Chile, o papa segue para o Peru para uma visita oficial e apostólica de três dias.

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