Violência entre cristãos e muçulmanos faz um morto
Confrontos entre duas comunidades étnicas no sudeste da Guiné-Conakry, na noite de domingo para segunda-feira, fizeram pelo menos um morto e dezenas de feridos, indicaram várias fontes na região à agência AFP.
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Mundo Guiné-Conakry
Por outro lado, manifestações violentas na capital, contra os cortes de energia, causaram hoje seis feridos, constatou um fornalista da agência noticiosa.
Uma fonte policial e vários residentes no sudeste da Guiné indicaram que os confrontos entre os Guerzé (etnia maioritária na região) e os Konianké começaram em Koulé e estenderam-se para N’Zérékoré, situada a mil quilómetros de Conakry.
Tudo começou quando três jovens Konianké foram agredidos e torturados por seguranças de uma estação de serviço, que os tomaram por ladrões. Quando os Konianké souberam a notícia começaram a atacar os Guerzé.
A situação degenerou em confrontos com recurso a armas brancas, designadamente machados e catanas, segundo a polícia, em vários quarteirões, onde as habitações foram incendiadas e pilhadas.
“Registámos nos confrontos, que começaram em Koulé antes de se estenderem a N’Zérékoré, um morto e pelo menos 50 feridos, dos quais 20 em Koulé e 30 em N’Zérékoré”, informou uma fonte hospitalar em N’Zérékoré. Um dos feridos hospitalizado morreu na manhã de segunda-feira, devido aos ferimentos.
Koulé e N’Zérékoré estão distanciadas por 40 quilómetros.
Fonte policial, contactada hoje ao princípio da tarde, mencionou “dois mortos”, referindo-se a dois dos jovens Konianké agredidos e torturados pelos seguranças, e “dezenas de feridos por catanas” nos confrontos.
“As duas comunidades confrontam-se agora com recurso a catanas, pedras, paus (…), a situação é extremamente grave”, acrescentou.
Contactado por telefone, o autarca de N’Zérékoré, Aboubacar Mboup Camara, confirmou a violência, sem detalhar, mas especificou que o ‘patriarca’ dos Guerzé, o principal notável desta comunidade que se espalha por toda a Guiné rural, era um dos feridos e tinha sido hospitalizado.
“Os manifestantes Konianké também incendiaram a sua habitação e o seu veículo”, disse ainda.
Os Guerzé, essencialmente cristãos ou animistas, são autóctones e maioritários na região. Os Konianké, essencialmente muçulmanos, vieram de outros locais. A Guiné-Conakry conta com cerca de 30 etnias.
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