O atual presidente do governo regional da Catalunha - e sucessor de Mas - Carles Puigdemont liderou a abertura dos trabalhos no auditório do parlamento regional catalão, ao lado da presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, de Artur Mas e de cerca de 80 outros representantes de instituições, partidos e entidades.
A sessão, organizada por Puigdemont, visa iniciar os preparativos para o referendo pela independência da Catalunha (uma consulta proibida pela Constituição espanhola nos moldes em que os catalães a querem fazer), que a 'Generalitat' (governo regional catalão) quer marcar para 2017.
Os participantes fizeram a tradicional foto de família nas escadarias do 'Parlament', perante dezenas de fotógrafos mais interessados em obter a imagem de Artur Mas.
O antigo presidente do governo regional Artur Mas ficou hoje a saber que vai a julgamento por ter convocado um referendo sobre a independência da região a 09 de novembro de 2014. Após ter sido notificado pelo Constitucional que um referendo sobre essa matéria - dirigido apenas aos catalães e não a todos os espanhóis - era ilegal, Artur Mas "transformou" o referendo numa consulta popular sem fins vinculativos.
Ainda assim, o Tribunal Constitucional considerou que a consulta - que incluía perguntas sobre a independência da região - constituiu uma "desobediência" de Artur Mas e das antigas conselheiras Joana Ortega e Irene Rigau.
Os três serão julgados pelo Tribunal Superior de Justiça da Catalunha de 6 a 10 de fevereiro.
Artur Mas classificou a decisão judicial como "uma aberração", afirmando que a mesma "deve encher de vergonha quem a está a promover", numa referência velada ao governo nacional de Espanha, atualmente do PP (direita conservadora, contra a separação de qualquer uma das 17 autonomias).
O presidente da 'Generalitat', Carles Puigdemont, foi escolhido pela lista vencedora das eleições regionais catalãs de setembro de 2015, que tinha como programa eleitoral a independência da região. A lista "Junts pel Sí" (juntos pelo sim) propôs-se usar a eleições regionais como um "referendo" à independência, mas não obteve mais de 50% de todos os votos.
Contra as decisões do Constitucional e com falta de apoios no parlamento regional, os independentistas pretendem agora um referendo pelo direito a decidir, mantendo a ideia de iniciar o processo de independência da Catalunha em 2017. O governo regional afirma que uma separação da Catalunha de Espanha não implica uma saída da região da União Europeia.