O suspeito de ter perpetrado o ataque terrorista desta segunda-feira em Berlim deixou, no interior do camião, a carteira com os documentos pessoais. Àqueles que julgam ter-se tratado de um descuido, vale a pena recordar alguns dos atentados registados nos últimos anos na Europa.
Lembra-se do ataque ao Charlie Hebdo, em Paris, ou dos atentados de 13 de novembro também na capital francesa? E do ataque em Nice, com contornos em muito semelhantes ao desta semana em Berlim? Pois bem, em todos estes casos os terroristas deixaram a identificação para trás.
Quer se trate de uma carteira ou simplesmente do bilhete de identidade, é hábito dos terroristas deixar pistas para que possam ser identificados. Pode parecer um contrassenso, mas não é.
“Será uma forma de deixar rasto e dar força a potenciais reivindicações do ataque”, disse à Associated Press, Otso Iho, analista da Jane’s Information Group, empresa britânica especializada na área militar, aeroespacial e dos transportes.
Em declarações à agência noticiosa, um especialista do programa sobre extremismo da Universidade George Washington (EUA) reforçou a mesma tese. “O facto de o ISIS ter reivindicado o ataque antes de o atacante ser detido sugere que este estava em comunicação direta com alguém” do grupo terrorista.