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Costa do Marfim quer aderir à CPLP com o estatuto de observador

A Costa do Marfim manifestou o desejo de aderir, com o estatuto de observador, à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse hoje à agência Lusa, em Lisboa o primeiro-ministro marfinense.

Costa do Marfim quer aderir à CPLP com o estatuto de observador
Notícias ao Minuto

21:35 - 22/06/16 por Lusa

Mundo Comunidade

Daniel Kablan Duncan, que iniciou hoje uma visita de trabalho de dois dias a Portugal, falava à Lusa no final da inauguração da embaixada da Costa do Marfim em Lisboa, que põe termo ao estatuto de consulado na capital portuguesa Lisboa, aberto em 1985, mantendo-se, porém, o do Porto.

"Estamos a tratar do assunto com autoridades da CPLP e abordamos a questão com Portugal", afirmou Daniel Duncan, escusando-se a adiantar pormenores sobre um assunto que, momentos antes, já fora abordado pelo embaixador marfinense agora acreditado em Portugal, Koffi Fana Theodore, numa intervenção na cerimónia.

A inauguração ocorreu 27 anos depois de Portugal ter aberto a embaixada em Abidjan, a 22 de novembro de 1989, dois dias antes da única visita de um chefe de Estado português à Costa do Marfim (pelo então presidente Mário Soares), e 40 anos após o estabelecimento de relações diplomáticas, a 29 de janeiro de 1975.

Daniel Duncan, nomeado primeiro-ministro pelo presidente marfinense, Alassane Ouattara, em novembro de 2012, congratulou-se com a inauguração da nova missão diplomática, salientando ser vontade das autoridades de Abidjan criar uma "parceria estratégica" com Portugal.

Ao discursar na inauguração, Daniel Duncan destacou também a importância da deslocação a Portugal, manifestando-se "otimista" no "reforço e na consolidação" das relações bilaterais, sobretudo depois de ter ficado acordado com Lisboa o retomar as ligações aéreas diretas da TAP entre as duas capitais, suspensas em 2000.

Por seu lado, o novo diplomata marfinense em Lisboa apelou aos empresários portugueses a investirem na Costa do Marfim, país cuja economia está em "franco desenvolvimento" - a taxa de crescimento anual é de 9% -, destacando, paralelamente, o "elevado potencial" do seu país.

"Queremos uma parceria estratégica, um laboratório de cooperação muito dinâmico, sobretudo nas trocas comerciais, na área da segurança e noutras", sublinhou, destacando as duas missões empresariais "promissoras" feitas recentemente à Costa do Marfim por homens de negócio do Porto e do Algarve.

Na cerimónia, o primeiro-ministro marfinense condecorou com a Ordem de Ouro e de Mérito da Costa do Marfim os dois cônsules honorários em Portugal, Manuel Pinto Ribeiro (Lisboa) e Manuel Ramos da Silveira (Porto), destacando o "trabalho persistente" de ambos na construção das relações institucionais e económicas bilaterais.

No Porto, onde estará quinta-feira, participará no Fórum Económico Portugal/Costa do Marfim, que discutirá oportunidades de investimento e de cooperação entre os dois países.

Durante a estada em Portugal, Daniel Duncan foi recebido, de manhã, pelo homólogo português, António Costa, tendo sido assinados cinco acordos, um deles que retoma os voos diretos entre as duas capitais, iniciados em 1989 mas suspensos em 2000 devido à instabilidade político-militar que então assolava o país africano.

Duncan, que lidera uma delegação que inclui os ministros dos Negócios Estrangeiros, Economia e Finanças, Transportes e Indústria e Minas, terá encontros com representantes de várias empresas portuguesas, como a Mota Engil, TAP, Porto de Sines, Efacec, Millennium BCP, Novo Banco e Bial, esta última já na Costa do Marfim.

As trocas comerciais bilaterais são deficitárias para Portugal, que, segundo dados de 2013, importou bens marfinenses no valor de 16,4 milhões de euros, exportando para o país africano mercadorias no valor de 4,5 milhões de euros.

Daniel Duncan, além de chefe do executivo de Abidjan, é especialista em Economia Africana, tendo trabalhado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central dos Estados África Ocidental (BCEAO) e, em 1993, foi ministro da Economia e Finanças quando Ouattara foi primeiro-ministro.

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