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Britânicos podem ser os mais eurocéticos, mas não estão longe da média

O referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) reflete um euroceticismo que está longe de ser exclusivo dos britânicos, como demonstram as últimas eleições europeias e estudos de opinião.

Britânicos podem ser os mais eurocéticos, mas não estão longe da média
Notícias ao Minuto

08:51 - 19/06/16 por Lusa

Mundo Brexit

Os resultados da votação para o Parlamento Europeu de maio de 2014 foram, para muitos observadores e políticos, um "ponto de viragem" na ascensão dos movimentos eurocéticos numa série de países.

As vitórias mais simbólicas foram as do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP) e da Frente Nacional (FN) francesa, que obtiveram votações superiores a qualquer outro partido nos respetivos países e em ambos os casos acima dos 25% do eleitorado.

Mas partidos eurocéticos de vários países elegeram eurodeputados, do Partido da Liberdade Holandês (PVV) à Alternativa para a Alemanha, passando pelo austríaco Partido da Liberdade (FPOe), o italiano Movimento 5 Estrelas, o Partido Popular da Dinamarca e o húngaro Jobbik, entre outros.

Ao todo, perto de 100 eurocéticos entraram no Parlamento Europeu em 2014.

Dois anos depois, um estudo publicado a 7 de junho último pelo instituto norte-americano Pew Research Center concluía que, independentemente de os britânicos votarem a favor ou contra a permanência, metade dos europeus estão céticos relativamente à UE.

Com base em quase 10.000 inquéritos realizados em dez países - Alemanha, Espanha, França, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Polónia, Reino Unido e Suécia -, o estudo concluiu que os europeus estão divididos: 51% tem uma opinião favorável da UE e 47% desfavorável.

A Grécia é claramente o país onde mais inquiridos - 71% - veem mais inconvenientes que vantagens em pertencer à UE.

Segue-se França, país fundador e um dos "motores" da integração europeia, com 61% a manifestarem uma opinião desfavorável, Espanha (49%) e Reino Unido (48%).

Se é certo que os britânicos estão no topo da tabela, a percentagem de "descontentes" é semelhante à de países como a Alemanha (48%) ou a Holanda (46%), dois outros membros fundadores.

Entre os que têm maioritariamente uma opinião positiva da União estão os polacos (72%), húngaros (61%), italianos (58%) e suecos (54%).

Em toda a Europa, os eleitores mais jovens e apoiantes de partidos de esquerda são geralmente mais favoráveis à adesão à UE do que os mais velhos e de direita.

Mais de dois terços dos inquiridos consideram que a UE geriu mal a crise dos refugiados, maiorias que no caso dos italianos chegam aos 77% e dos franceses aos 70%.

Também há uma ampla - mas menos generalizada - desaprovação relativamente à gestão da crise da zona euro, particularmente no Mediterrâneo.

No sul endividado, 65% dos eleitores espanhóis, 66% dos franceses, 68% dos italianos e 92% dos gregos desaprovam a gestão económica da UE.

Em seis dos dez países analisados mais eleitores gostariam de ver os poderes 'devolvidos' às suas capitais do que uma maior centralização em Bruxelas.

No caso britânico, 65% dos eleitores gostariam de ver Londres recuperar alguma da sua influência, comparativamente a apenas 6% a favor de uma união mais estreita.

Mas, apesar do ceticismo, a maioria dois eleitores europeus não gostaria de ver o Reino Unido abandonar a UE: nos outros nove países estudados, 70% dos inquiridos afirmam que o Brexit seria mau para a UE, contra apenas 16% que o veriam como positivo.

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