Presidente dá prazo de 15 dias para rebeldes de Mugamba se renderem

O presidente burundês, Pierre Nkurunziza, deu hoje um prazo de 15 dias para que os rebeldes da comuna de Mugamba (sul) se rendam, ameaçando-os com uma repressão idêntica à efetuada na zona rural de Bujumbura (oeste), em 2010.

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Lusa
02/06/2016 11:39 ‧ 02/06/2016 por Lusa

Mundo

Burundi

O aviso de Nkurunziza surgiu quarta-feira à noite num discurso feito em Mugamba, considerada pelo poder como o último bastião dos rebeldes no sul do Burundi, em que utilizou a língua nacional burundesa (kirundi).

"Telefonem aos vossos irmãos que pegaram em armas e digam-lhes que têm 15 dias para as abandonarem. 15 dias. Nem mais um dia. Digam-lhes isso", insistiu, segundo noticia a agência France Presse.

Segundo fontes das forças de segurança locais, o surgimento de uma nova rebelião, nascida da contestação ao terceiro mandato presidencial de Nkurunziza, centrou-se fundamentalmente na comuna de Mugamba (na província de Bururi, 80 quilómetros a sul de Bujumbura), de onde partem em ataques contra as autoridades provinciais.

"Já pedimos aos que estão encarregados da segurança e da administração provincial que acolham bem todos os que se renderem" dentro dos 15 dias de prazo, acrescentou o chefe de Estado burundês perante algumas centenas de habitantes de Mugamba, que considerou cúmplices dos insurgentes, e de um vasto aparato de segurança.

"O prazo começa a 01 de junho e termina dia 15", insistiu Nkurunziza, avisando que, depois de terminado, dará dois meses às forças da ordem para restabelecer a paz.

"Para tal, estamos preparados para usar os mesmos meios utilizados na parte rural da província de Bujumbura em 2010. Vamos restabelecer a segurança", frisou o chefe de Estado burundês.

Nesse ano, após as eleições presidenciais, cujos resultados foram contestados pela oposição, as forças de seguranças burundesas, mandatadas por Nkurunziza, esmagaram uma rebelião que entretanto surgira na zona rural da capital da província de Bujumbura, igualmente capital do país.

Segundo organizações não governamentais, as "operações de segurança" provocaram dezenas de mortes e terminaram aio fim de dois meses, tendo as Nações Unidas e várias ONG denunciado a "brutalidade" das forças da ordem e as "inúmeras violações" aos direitos humanos.

O Burundi vive numa grave crise política, militar e social, com atos de violência, desde que Nkurunziza foi reeleito em julho de 2015 para um terceiro mandato presidencial, não permitido pela Constituição.

A violência no país já provocou mais de meio milhar de mortos e obrigou cerca de 270 mil a abandonar o país.

 

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