Os funerais com recurso a carpideiras caíram em desuso, quer em Portugal quer no resto do mundo. No entanto, Liu Jun-Lin, a melhor carpideira de Taiwan, lucra cerca de 463 euros por cada sessão de choro num funeral.
A profissão deixou de ser popular porque actualmente as pessoas preferem funerais mais discretos e pelo facto de ser uma actividade criticada por muitos, que apontam as carpideiras como a comercialização do luto. Contudo, Liu Jun-Lin lembra que segundo a tradição taiwanesa, os mortos precisam de uma despedida ruidosa para passar à outra vida.
Para Liu, que aprendeu a profissão com a mãe e com a avó, a sua profissão ajuda os familiares a darem o tom adequado à despedida do ente querido que morreu.
Depois de alguns cânticos e passos de dança, os funerais do país combinam tristeza com alegria. É junto ao caixão que Liu interpreta o momento alto da cerimónia acompanhado ao órgão tocado pelo seu irmão.
Grunhidos prolongados e abafados, uma mistura de choro e canto, repleto de lágrimas que a carpideira insiste serem reais. “Em cada funeral sinto que a família é a minha família, e coloco os meus próprios sentimentos ali”, explicou Liu Jun-Lin.