Apesar dos esforços nacionais para alcançar a autossuficiência agrícola, a Coreia do Norte não produz o suficiente para alimentar a sua população segundo o relatório 'RPD Coreia 2016: Necessidades e Prioridades', elaborado por agências da ONU presentes no país.
A seca que atingiu os rendimentos das colheitas do ano passado veio agravar a situação de 25 milhões de norte-coreanos.
"Mais de três quartos da população está em insuficiência alimentar", de acordo com o documento, em que se refere que "cerca de 18 milhões de pessoas precisam de uma forma de ajuda humanitária."
"A situação humanitária [na Coreia do Norte] permanece esquecida na agenda mundial," admitem os autores do texto.
Conforme consta no relatório, o problema de desnutrição afeta mais as mulheres e as crianças com menos de cinco anos. A subalimentação é uma das principais causas de mortalidade de mulheres e crianças.
A proporção de norte-coreanos que sofrem de subnutrição é de 41,6% no período 2014-2016, contra 35,5% no período 2005-2007 segundo a informação presente num relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla em inglês), de 2015.
A produção agrícola é agravada na Coreia do Norte pela falta de terra arável, degradação dos solos, exploração intensiva, penúria de sementes, pesticidas e adubos de qualidade, lê-se no relatório da ONU.
Com uma economia e uma agricultura em ruinas depois de décadas de uma má gestão e de recursos destinados ao programa nuclear, a Coreia do Norte passou, na segunda metade dos anos 1990, por uma grande escassez de alimentos, que levou à morte de centenas de milhares de pessoas.
A ajuda internacional, em particular a dos Estados Unidos da América e da Coreia do Sul, foi amplamente reduzida por causa das tensões provocadas pelos programas nucleares e os mísseis balísticos norte-coreanos.