A principal fonte de preocupação sobre o estado de saúde do papa nascido a 17 de Dezembro de 1936, que já aparece nas páginas dos jornais, é em relação à operação a que foi submetido aos 21 anos, para a remoção parcial de um pulmão.
Na sua biografia, intitulada ‘O Jesuíta’, os autores, Sérgio Rubin e Francesca Ambrogetti, relatam que os médicos diagnosticaram a Jorge Mário Bergoglio uma grave pneumonia e foi submetido a uma operação para a retirada parcial do pulmão direito, depois de ter sido encontrado três quistos no órgão.
Esta operação "não representa um prejuízo para a sua vida" de todos os dias, reafirmou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, um dia após a eleição do papa Francisco.
"Aqueles que o conhecem, sempre o viram de boa saúde", acrescentou.
Os especialistas entrevistados pela agência de notícias AFP confirmam esta análise.
"Se a metade restante do pulmão é saudável, não há problema em viver uma vida normal, como alguém daquela idade", disse o professor Yves Martinet, um pneumologista francês.
O professor e pneumologista Bertrand Dautzenberg declarou que se pode "viver normalmente sem um lobo do pulmão, não muda nada. Há poucas reservas. Pode-se nadar ou viajar de avião", declarou .
Resta, ainda, a questão da idade avançada do papa, apenas dois anos mais novo que Bento XVI quando assumiu o cargo em 2005.
Os papas modernos enfrentam uma carga de trabalho extenuante, nomeadamente uma maratona de viagens que os conduzem aos quatro cantos do planeta e que colocam a sua resistência à prova.
Jorge Bergoglio sofreu, em 2007, uma inflamação aguda do nervo ciático que o impediu de ir a Roma ao consistório convocado por Bento XVI, de acordo com o jornal argentino La Nacion.
De acordo com a sua biógrafa, Francesca Ambrogetti, o papa não irá falar da sua saúde, assunto sobre o qual se mostra "muito reticente" em abordar.