O pescador salvadorenho José Salvador Alvarenga tornou-se num nome conhecido quando se noticiou que tinha conseguido sobreviver a 14 meses à deriva em alto mar, num pequeno barco de pesca, até ter sido encontrado em 2014, nas Ilhas Marshall.
A história contada em livro – ‘438 dias’ – relata esta experiência, em especial os primeiros dois meses, em que estava acompanhado por Ezequiel Córdoba, o homem que embarcara com ele para pescar.
Segundo conta José no livro, Ezequiel adoeceu e às morreu no barco. Durante os primeiros seis dias da sua morte, José pensava que o amigo estava a dormir e, solitário e a enlouquecer, encenava conversas com ele. Quando recuperou a sanidade momentaneamente, seis dias depois, atirou o corpo ao mar.
No entanto, a família de Ezequiel Córdoba vem agora afirmar que as coisas não se passaram bem como relata e acusam-no de se ter alimentado dos seus restos mortais, ou seja, de praticar canibalismo, relata o El Salvador.
A família do pescador falecido pede uma indemnização no valor de um milhão de dólares (cerca de 924 mil euros) mas o advogado de José diz que este está a ser acusado de algo que não se pode provar.
“Acho que [o processo] é uma forma de pressão para que ele pague parte do dinheiro de que todos andam atrás. Todos andam atrás do bendito dinheiro de Salvador Alvarenga, que não é tanto como se pensa”, afirmou o causídico, de acordo com a mesma publicação, referindo-se ao facto de o livro ter vendido apenas cerca de 1500 exemplares.