Álvaro Surraco era um cliente que estava no lugar errado à hora errada. Ou talvez não. O homem estava numa estação de serviço, no Uruguai, quando um assaltante entra na loja armado.
Reporta o El Observador que a proprietária do espaço comercial ainda teve tempo de fugir mas Álvaro ficou ali mesmo, em frente ao homem armado. Este pediu que lhe desse o dinheiro que tinha e Álvaro deu. Depois foi atingido na cabeça pelo primeiro tiro.
O assaltante saiu da loja para ver se passava alguém e voltou a entrar, pedindo que Álvaro abrisse a caixa registadora. Ele replicou que não era o dono, só um cliente, e levou outro tiro, desta feita no abdómen. Nenhum dos dois disparos o feriu com gravidade.
Álvaro pensava que se tratava de uma pistola com pólvora seca, mas não. Era uma arma de calibre 22 com balas reais. “Os dois tiros que levei não tinham força. Nasci de novo”, afirmou a vítima, mais tarde. Algumas publicações começaram mesmo a tratá-lo como 'homem de ferro' devido ao incidente.
Um responsável pelo departamento de balística das autoridades uruguaias explicou, em entrevista ao El Observador, que os cartuchos poderiam estar em mau estado, por serem velhos, podiam estar húmidos ou a pólvora estar estragada.
O responsável indicou, ainda, que para uma bala perfurar a pele precisa de seguir a uma velocidade de 45 metros por segundo ao passo que para atravessar osso precisa de seguir a uma velocidade entre 61 e 70 metros por segundo.
Uma arma de calibre 22 pode disparar a 514 metros por segundo, sendo, portanto, claro que as balas estavam em más condições e seguiram a uma velocidade muito reduzida, tendo feito ricochete na pele ao invés de a atravessar.