"Reafirmamos o nosso total compromisso com a implementação de tudo o que foi acordado, a começar por um cessar-fogo em todas as áreas da Faixa de Gaza", afirmou a Brigada Izz al-Din al-Qassam, em comunicado.
"Não temos conhecimento de quaisquer incidentes ou confrontos ocorridos na área de Rafah, dado que estas são zonas vermelhas sob o controlo da 'ocupação' [Israel], e o contacto com o resto dos nossos grupos foi interrompido desde o restabelecimento da guerra, em março", acrescentou.
Esta declaração contradiz um comunicado divulgado esta manhã por uma unidade de segurança do Hamas, a Radea, um dos alvos de ataque israelita hoje.
Segundo esta fonte, o grupo palestiniano estava a realizar uma operação em Rafah para eliminar o líder da milícia rival, conhecida como 'Forças Populares', Yasser Abu Shabab.
No entanto, os soldados israelitas intervieram para apoiar Shabab, o que resultou num fogo cruzado e provocou a explosão de uma escavadora israelita.
No seu comunicado, esta unidade da polícia do Hamas garantiu que o seu objetivo em Rafah não era tingir tropas israelitas.
Depois de acusações mútuas de violações ao cessar-fogo em Gaza, em vigor desde 10 de outubro, o primeiro-ministro de Israel ordenou que sejam tomadas "ações vigorosas contra alvos terroristas" naquele território, sem esclarecer se isto significa o fim do acordo com o Hamas.
"Após a violação do cessar-fogo por parte do [grupo islamita palestiniano] Hamas, o primeiro-ministro, [Benjamin] Netanyahu, realizou uma consulta com o ministro da Defesa e os chefes do setor de segurança e ordenou ações vigorosas contra alvos terroristas na Faixa de Gaza", avançou o gabinete de Netanyahu, em comunicado.
Os Estados Unidos avisaram no sábado que tinham "informações credíveis" sobre um "ataque iminente" do Hamas contra civis palestinianos, numa "violação clara" ao cessar-fogo.
Esta manhã, o grupo islamita rejeitou a acusação e culpou Israel por ter armado e financiado outras milícias, que, segundo disse, realizaram "assassinatos, raptos, roubos de camiões de ajuda humanitária e furtos contra civis".
O cessar-fogo em Gaza - proposto pelos Estados Unidos e acordado entre Israel e o Hamas - previa três fases: a libertação dos reféns - que está em curso -, o desarmamento do Hamas e a reconstrução gradual do território, sob supervisão internacional.
A segunda etapa, centrada na "desmilitarização", continua a ser a mais controversa e a que Israel considera essencial para pôr fim ao conflito.
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