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De aliado a acusado, Bolton é 3.ª 'vítima' de Trump: Porquê? E o futuro?

O antigo assessor político de Donald Trump, John Bolton, foi indiciado formalmente depois de anos de 'costas voltadas' com o agora presidente. Trump diz que Bolton é "má pessoa" e Bolton 'chama' o regime de Estaline à conversa: "Mostra-me o homem e eu mostro-te o crime".

De aliado a acusado, Bolton é 3.ª 'vítima' de Trump: Porquê? E o futuro?

© Getty Images

Ana Teresa Banha com Lusa
17/10/2025 10:40 ‧ há 1 dia por Ana Teresa Banha com Lusa

Mundo

EUA

John Bolton, antigo conselheiro de Segurança nacional de Donald Trump, foi, na quarta-feira, indiciado formalmente, enfrentando agora 18 acusações criminais - das quais oito dizem respeito à transmissão de informações sobre a defesa nacional e dez estão relacionadas com retenção de informações também no mesmo setor.

 

Tal como aponta a CNN Internacional, esta é o terceiro responsável em menos de um mês a enfrentar acusações criminais, depois do ex-diretor do FIB James Comey e da procuradora Letitia James.

De forma sumária, os procuradores que indiciaram agora Bolton defendem que este reteve informações sobre a defesa nacional e que a partilhou com membros da família.

Segundo a acusação, Bolton mostrou "mais de mil páginas" de "entradas semelhantes às de diários" que continham informações classificada como "secretas".

'Querido diário…'?

Escreve a CNN Internacional que, segundo o que apontam os procuradores, Bolton escrevia, alegadamente, algumas notas sobre o seu dia e trabalho na Casa Branca, passando-as depois para um computador. As notas estariam na casa do antigo assessor político de Trump.

"Bolton usou suas contas de e-mail pessoais não governamentais, como contas de e-mail da AOL e da Google, para enviar informações confidenciais" para outras contas individuais. É explicado na acusação que o ambiente em que estava, nomeadamente, em que tomava conhecimento de algumas informações, é também descrito.

A reação de Bolton

O antigo assessor político reagiu às acusações federais dizendo que era a vítima mais recente da sua tentativa de instrumentalizar o Departamento de Justiça. Ainda de acordo com a CNN Internacional, Bolton falou de 'The Room Where It All Happened', livro que escreveu e que conta os bastidores da Casa Branca, nomeadamente, no âmbito primeiro mandato presidencial de Trump, onde assumiu funções.

E, segundo o que explicou, a obra em questão foi revista e aprovada por responsáveis "apropriados e experientes", assim como o FBI foi informado sobre certos assuntos, nomeadamente, o facto de Bolton ter sido 'hackeado' em 2021. Nos quatro anos em que Joe Biden assumiu a presidência dos EUA o assessor nunca foi acusado.

"E depois veio o 'Trump 2', personificando o que o chefe da polícia secreta de Joseph Stalin disse uma vez: 'Mostra-me o homem e eu mostro-te o crime", referiu Bolton.

Ainda quanto às acusações, o antigo assessor de Trump apontou que estas não estão ficadas apenas "em si e nos seus diários, mas sim no esforço intenso [de Trump] em intimidar os adversários para garantir que é ele que dita a conduta".

"Dissidência e discordância são fundamentais para o sistema constitucional dos Estados Unidos e de vital importância para a nossa liberdade. Aguardo ansiosamente a luta para defender minha conduta legal e expor seu abuso de poder", rematou.

Ex-conselheiro de Segurança dos EUA considera acusação judicial retaliação de Trump

Ex-conselheiro de Segurança dos EUA considera acusação judicial retaliação de Trump

O antigo conselheiro de segurança nacional de Donald Trump, John Bolton, rejeitou as acusações judiciais que o visam o por uso indevido de informações confidenciais, considerando-as parte do "esforço" do Presidente reeleito para "intimidar" opositores. 

Lusa | 06:49 - 17/10/2025

Da investigação a Bolton ser uma "má pessoa"

O presidente dos Estados Unidos realizava uma conferência de imprensa na Casa Branca quando foram conhecidas as acusações, e foi, no momento, questionado acerca da situação, respondendo: "Sabem... Ele é uma má pessoa. Acho que ele é uma má pessoa. Mas é a forma como as coisas funcionam, sabem?"

A relação entre Trump e o ex-assessor deteriorou-se após uma série de desentendimentos sobre a política externa dos Estados Unidos, que levaram à saída de Bolton do cargo em setembro de 2019. Na altura, Trump afirmou que demitiu Bolton por discordar das suas posições, mas Bolton disse que foi o próprio que decidiu demitir-se.

Note-se que Bolton já tinha sido investigado sobre o possível desvendamento de informações confidenciais, tendo, no entanto, o caso sido fechado e 2021. Foi, aponta a CNN Internacional, uma investigação sobre um alegado ataque informático por parte do Irão que trouxe as coisas até aqui.

Considerado belicista, Bolton afirmou que foi alvo de um plano de assassinato do Irão entre 2021 e 2022. Teerão queria, alegadamente, vingar a morte do seu general Qassem Soleimani, morto a 3 de janeiro de 2020 num ataque com drones no Iraque ordenado pelo presidente Donald Trump quando ocupou pela primeira vez a Casa Branca (2017-2021).

De acordo com o republicano Bolton, o ex-presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, tinha prolongado a sua medida de proteção dos Serviços Secretos em janeiro de 2021, mas Donald Trump retirou-a e cortou todo o seu acesso a dados de segurança e de inteligência.

E o futuro?

O analista Elie Honig explicou à CNN que se as acusações foram dadas como provadas, serão consideradas de forma mais séria do que outras já foram, dado que Bolton poderá ter "disseminado ativamente" informações confidenciais ao "mais alto nível". Segundo o que explica Honig, em causa poderá também estar uma omissão grave, dado que Bolton não terá contado que usou as tais contas pessoais para partilhar informações aquando Teerão decidiu avançar com o ataque informático.

"Se o Departamento de Justiça conseguir provar isto, será um grande problema para John Bolton".

Leia Também: Ex-conselheiro de Segurança dos EUA considera acusação judicial retaliação de Trump

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