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Ex-conselheiro de Segurança dos EUA considera acusação judicial retaliação de Trump

O antigo conselheiro de segurança nacional de Donald Trump, John Bolton, rejeitou as acusações judiciais que o visam o por uso indevido de informações confidenciais, considerando-as parte do "esforço" do Presidente reeleito para "intimidar" opositores. 

Ex-conselheiro de Segurança dos EUA considera acusação judicial retaliação de Trump

© Getty Images

Lusa
17/10/2025 06:49 ‧ há 14 horas por Lusa

Mundo

EUA

John Bolton, de 76 anos, foi formalmente acusado na quinta-feira por um júri em Maryland, perto de Washington, D.C., tornando-se no terceiro adversário de Trump a enfrentar acusações judiciais, depois do ex-diretor do FIB James Comey e da procuradora Letitia James. 

 

Segundo a CBS, Bolton enfrenta 18 acusações criminais, incluindo oito de transmissão de informações de defesa nacional e 10 de retenção de informações de defesa nacional. 

Numa primeira reação, Bolton declarou-se "o mais recente alvo da instrumentalização do Departamento de Justiça para acusar aqueles que [Trump] considera seus inimigos com acusações que foram anteriormente rejeitadas ou que distorcem os factos".

O advogado de Bolton, Abbe Lowell, frisou num comunicado separado que "os factos subjacentes a este caso foram investigados e resolvidos há anos".

"Estas acusações decorrem de excertos dos diários pessoais do embaixador Bolton ao longo da sua carreira de 45 anos --- registos que não são confidenciais, partilhados apenas com a sua família imediata e conhecidos pelo FBI desde 2021", adiantou.

"Tal como muitos funcionários públicos ao longo da história, o embaixador Bolton manteve diários --- isto não é crime. Estamos ansiosos por provar mais uma vez que o embaixador Bolton não partilhou nem armazenou qualquer informação ilegalmente", declarou o advogado do acusado.

Em agosto, uma rusga do FBI visou a casa e o escritório de John Bolton, por suspeitas de violações da Lei de Espionagem, de acordo com documentos judiciais. 

A acusação alega que o ex-conselheiro no primeiro mandato de Trump "abusou da sua posição (...) ao partilhar com dois familiares não identificados mais de mil páginas de informações sobre as suas atividades diárias", incluindo informações com classificação ultrassecreta. 

Bolton, adianta, terá enviado às duas pessoas "entradas semelhantes a um diário" utilizando um e-mail não governamental, incluindo "contas de e-mail alojadas pela AOL e pela Google", para enviar informações confidenciais até ao nível ultrassecreto e de Informações Compartimentadas Sensíveis.  

Também terá imprimido e armazenado em sua casa em Maryland muitas dessas entradas, refere o documento da procuradoria. 

Entre 2019 e 2021, segundo a acusação, a conta de e-mail de Bolton foi pirateada por um "agente cibernético" que se acredita estar ligado ao Irão.  

A acusação alega que Bolton relatou às autoridades federais o ciberataque, mas não especificou que havia informações confidenciais na sua conta, ou que as tinha partilhado com dois familiares, adianta a CBS. 

Questionado na Casa Branca pelos jornalistas sobre a acusação de Bolton, Trump disse não ter conhecimento dela, mas afirmou que o seu ex-conselheiro "é um mau tipo". 

Na semana passada, após pressão de Trump, a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, foi acusada de fraude hipotecária pela procuradoria federal.  

James ganhou em 2024 em Nova Iorque um processo civil por fraude contra Trump, os seus filhos adultos e a sua imobiliária, tendo o julgamento sido marcado por acesas trocas de palavras entre o então pré-candidato presidencial republicano e a procuradora nova-iorquina.     

Antes da procuradora, o ex-diretor do FBI James Comey foi acusado de obstrução à justiça e perjúrio por um grande júri federal em Alexandria, estado da Virgínia.    

A acusação decorre de um depoimento de Comey ao Comité Judiciário do Senado em setembro de 2020 sobre a investigação do FBI às ligações entre a campanha presidencial de Trump em 2016 e a Rússia.    

O Departamento de Justiça abriu também uma investigação ao senador democrata da Califórnia Adam Schiff, que promoveu o processo de destituição presidencial pelo Congresso, após o assalto ao Capitólio em janeiro de 2021, do agora reeleito Presidente.    

Os vários acusados foram mencionados numa mensagem de Trump à procuradora-geral, Pam Bondi, referindo adversários seus a investigar judicialmente, que o próprio Presidente publicou por acidente nas redes sociais, segundo noticiaram vários media. 

Posteriormente apagada, a longa publicação de 20 de setembro era uma mensagem privada para Bondi, expressando insatisfação por não ver qualquer ação legal concreta contra os seus rivais políticos, segundo o Wall Street Journal.  

Referindo-se ao facto de ele próprio ter sido acusado e submetido a processos de destituição várias vezes, Trump exigia "justiça, agora!".   

Trump afirmou ainda que nomearia Lindsey Halligan, conselheira da Casa Branca, para exercer as funções de procuradora no Distrito Leste da Virgínia, substituindo Erik Seibert, que acreditava não ter reunido provas suficientes para sustentar acusações criminais contra Letitia James, após entrevistar dezenas de testemunhas. 

Sem experiência como procuradora federal, Halligan apressou-se a apresentar o caso de Comey a um grande júri poucos dias depois de ser nomeada.    

Leia Também: Helicópteros de combate dos EUA realizam exercícios perto da Venezuela

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