Noa Argamani foi sequestrada pelo Hamas no festival de música Nova, em outubro de 2023, tendo sido mantida em cativeiro durante 246 dias. Foi resgatada em junho de 2024 depois de uma operação do exército israelita. Na segunda-feira, reencontrou-se com o namorado Avinatan Or, que esteve 738 dias na Faixa Gaza.
"Dois anos. Dois anos passaram desde o último momento em que vi o Avinatan, o amor da minha vida. Dois anos desde o momento em que os terroristas nos raptaram, puseram-me numa mota e levaram-me para longe do Avinatan diante dos olhos do mundo inteiro", começou por escrever na rede social X (antigo Twitter).
O vídeo da captura do casal pelo Hamas no festival foi, na altura, partilhado nas diversas redes sociais.
Noa contou que a "jornada de ambos em cativeiro foi separada". A jovem esteve com crianças, mulheres e idosos, "enquanto Avinatan foi mantido sozinho".
"Eu era mantida principalmente dentro de casa, enquanto o Avinatan estava nos túneis. O Hamas divulgou vídeos meus e sinais de vida, enquanto não havia nenhuma informação sobre o Avinatan. Fui mantida em cativeiro pelo Hamas durante 246 dias, enquanto o Avinatan foi mantido em cativeiro durante 738 dias. Regressei depois de uma heróica operação de resgate e o Avinatan regressou devido a um acordo", continuou.
"Ambos, contra toda as expectativas, regressámos a casa e estamos reunidos", salientou.
Two years. Two years passed since the last moment I saw Avinatan, the love of my life. Two years since the moment terrorists kidnapped us, put me on a motorcycle, and tore me away from Avinatan before the eyes of the entire world.
— Noa Argamani (@ArgamaniNoa) October 14, 2025
From that moment, our journey in captivity was… pic.twitter.com/u6uiyHZEeR
Noa Argamani referiu ainda que não consegue "expressar as inúmeras emoções" que sentiu quando viu o namorado "pela primeira vez, depois de tanto tempo", notando que ambos enfrentaram "a morte múltiplas vezes" e que agora estão "finalmente a dar os primeiros passos juntos de novo".
"Finalmente, podemos começar a nossa cura juntos. A recuperação será longa. Nós ainda não processámos o que aconteceu aqui nos últimos dois anos. Mas ganhámos. Vencemos a nossa guerra pessoal e a guerra de todos aqueles que lutaram ao nosso lado para chegar a este momento. E, agora, chegou a hora de começarmos a nossa jornada juntos", disse.
Noa Argamani and Avinatan Or are reunited at last ️ pic.twitter.com/Gw4M3x9Mk4
— Israel Defense Forces (@IDF) October 13, 2025
Na publicação, a jovem agradeceu às Forças de Defesa israelitas que "lutam há tanto tempo e arriscam as vidas todos os dias", "à família, amigos e povo israelita" e ainda "ao governo dos Estados Unidos", destacando Steve Witkoff (enviado especial dos EUA para o Médio Oriente), Jared Kushner (genro de Trump) e ao "excecional presidente Donald Trump".
"Nunca esqueceremos os que caíram e foram assassinados, e não vamos parar de lutar até que cada soldado caído e refém sejam trazidos para casa para um enterro adequado em Israel", terminou, agradecendo novamente.
Os 20 reféns ainda vivos e mantidos em Gaza, recorde-se, foram libertados na segunda-feira como parte do acordo de paz assinado por Israel e pelo Hamas.
Ainda no dia de ontem, foram devolvidos a Israel os corpos de quatro reféns. Já esta terça-feira, o Hamas entregou mais quatro reféns mortos à Cruz Vermelha Internacional, e que já estão em Israel.
Hamas entregou (mais) quatro corpos à Cruz Vermelha
Após o anúncio de que seriam entregues quatro corpos, um membro do Hamas, sob condição de anonimato, revelou que o número de corpos poderia ser maior e alcançar os seis. Contudo, até ao momento, não é claro se esta informação ainda se mantém.
Carolina Pereira Soares | 21:20 - 14/10/2025Leia Também: "Sabíamos que iam voltar". Os 1.º relatos das famílias dos ex-reféns
