O presidente de França, Emmanuel Macron, reconduziu, esta sexta-feira, Sébastien Lecornu no cargo de primeiro-ministro, depois de este apresentar a sua demissão no início da semana.
"O presidente da República nomeou o sr. Sébastien Lecornu como primeiro-Ministro e encarregou-o de formar um governo", explicou o Palácio do Eliseu, em comunicado citado pelas publicações francesas, sem dar mais detalhes.
A informação surge depois de longas negociações. A nota emitida dá ainda conta de que o presidente francês dá então "carta branca ao primeiro-ministro".
"Aceito - por dever - a missão que me foi confiada pelo Presidente da República de fazer todo o possível para dotar a França de um orçamento para o final do ano e de resolver os problemas da vida quotidiana dos nossos compatriotas", começa por ler-se na nota, citada pela publicação Le Monde
"Temos de pôr fim a esta crise política que exaspera o povo francês e a esta instabilidade que prejudica a imagem da França e os seus interesses", continuou, referindo que colocar um fim à crise política que França está a viver "só pode ser feito sob certas condições".
No comunicado, Lecornu apontando que, neste âmbito, "restaurar as contas públicas continua a ser uma prioridade para o futuro" do país. "A nova equipa do governo deve incorporar a renovação e diversidade de competências. Farei de tudo para ter sucesso nesta missão", garantiu.
A demissão (e os cenários que estiveram em cima da mesa)
Note-se que Lecornu apresentou a demissão na segunda-feira, depois de ficar sob fogo cruzado das críticas da oposição e da Direita - críticas estas que surgiram depois de este ter apresentado parte da sua equipa governamental. Isto porque, recorde-se, Lecornu assumiu o cargo há um mês, 9 de setembro.
Por trás da surpreendente demissão de Lecornu está a posição de um dos seus aliados, o partido conservador Republicano, cujo líder, Bruno Retailleau, manifestou no domingo à noite a sua insatisfação com a composição do novo Governo, no qual esperava ter uma maior presença.
Para além de uma nomeação - que podia ser de Lecornu ou de outro responsável -, Macron tinha à sua frente outros cenários, como a dissolução da Assembleia Nacional, algo que já fez há pouco mais de um ano, em julho de 2024.
A última opção que Macron poderia ter tomado seria também a saída do próprio presidente do cargo, cujos apelos foram aparecendo em vários espetros políticos. Já no início de setembro, o partido França Insubmissa tinha apresentado uma moção de destituição de Macron.
[Notícia atualizada às 21h38]
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