"Mais uma bofetada na cara dos franceses vinda de um homem irresponsável embriagado de poder. A França e o seu povo estão humilhados", frisou o coordenador do França Insubmissa na rede social X.
O partido de esquerda radical acrescentou que vai apresentar "uma nova moção de destituição do Presidente" Emmanuel Macron.
Os deputados da União Nacional (RN, na sigla francesa) garantiram que vão censurar imediatamente o novo Governo de Sébastien Lecornu.
A promessa foi feita no X pelo líder do partido de extrema-direita, Jordan Bardella, denunciando uma "equipa sem futuro".
O Presidente francês, Emmanuel Macron, reconduziu hoje à noite Sébastien Lecornu no cargo de primeiro-ministro, quatro dias após a sua demissão, divulgou a presidência francesa em comunicado.
O anúncio da presidência francesa foi feito sem mais pormenores, após longas negociações para quebrar o impasse político francês, noticiou a agência France-Presse (AFP).
"Aceito - por dever - a missão que me foi confiada", escreveu Lecornu na rede social X, afirmando que o novo Governo "deve encarnar a renovação" e que "todas as questões levantadas" durante as consultas com os partidos políticos nos últimos dias serão "abertas ao debate parlamentar".
O recém-nomeado primeiro-ministro francês defendeu também que é preciso "acabar com a instabilidade política que prejudica a imagem da França e os seus interesses" e garantiu que a sua equipa governativa será composta por figuras sem ambições para as eleições presidenciais de 2027.
"Farei tudo o que estiver ao meu alcance para dotar a França de um orçamento até ao final do ano e para responder aos problemas do quotidiano dos nossos compatriotas", declarou Lecornu nas redes sociais, nos seus primeiros comentários após ter sido nomeado chefe do governo pela segunda vez num mês e apenas quatro dias depois de se demitir.
Ao renomear Lecornu, Emmanuel Macron corre o risco de uma nova vaga de críticas e de uma nova dissolução, numa altura em que tanto a esquerda como a direita exigiam um primeiro-ministro que não fosse 'macronista'.
A nomeação é amplamente vista como a última oportunidade do Presidente para revigorar o seu segundo mandato, que se prolonga até 2027.
Sem maioria na Assembleia Nacional (Parlamento) para levar avante a sua agenda, Macron enfrenta crescentes críticas, incluindo de dentro das suas próprias fileiras, e tem pouca margem de manobra.
Lecornu terá agora de procurar compromissos para evitar um voto de desconfiança imediato e poderá mesmo ser forçado a abandonar uma reforma da segurança social extremamente impopular, uma das políticas emblemáticas de Macron no seu segundo mandato presidencial.
Aprovada no Parlamento sem votação em 2023, apesar dos protestos em massa, a reforma aumenta gradualmente a idade da reforma dos 62 para os 64 anos. Os partidos da oposição querem que seja afastada.
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