O presidente francês, Emmanuel Macron, o seu homólogo azeri, Ilham Aliyev, e o primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, foram apanhados a rir de uma gafe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se vangloriou de ter acabado com uma guerra… inexistente.
Em causa está o facto de Trump ter afirmado, em meados de setembro, que acabou com "guerras que se julgavam sem solução", dando como exemplo o "Azerbaijão e a Albânia", quando, na verdade, queria referir-se ao conflito entre a Arménia e o Azerbaijão.
Na passada quinta-feira, 2 de outubro, à margem da cimeira da Comunidade Política Europeia, em Copenhaga, o primeiro-ministro albanês aproximou-se e abraçou Macron, que conversava com o presidente do Azerbaijão.
"Devia pedir desculpa, porque não nos felicitou pelo acordo de paz que o presidente Trump fez entre a Albânia e o Azerbaijão", disse Rama a Macron, entre risos. "Ele trabalhou muito".
Os três líderes perceberam rapidamente a piada e começaram a rir-se. Macron acabou por concordar com Rama e pediu desculpa por não ter felicitado os países - como pode ver no vídeo da galeria acima.
"Acabei com guerras que se julgavam sem solução. Azerbaijão e Albânia"
Numa entrevista à Fox News, em setembro, Trump afirmou que terminou com "guerras que se julgavam sem solução" e afirmou que o conflito entre o "Azerbaijão e a Albânia" durou "muitos e muitos anos".
Trump referia-se ao acordo histórico assinado entre a Arménia e o Azerbaijão, na Casa Branca, no mês passado, no qual os dois países comprometeram-se a cessar permanentemente o conflito territorial que opunha as duas antigas repúblicas soviéticas há décadas. Mas esta não foi a primeira vez que confundiu a Arménia com a Albânia.
Aliás, em agosto, poucos dias após ter mediado o acordo de paz, o presidente fez declarações sobre o processo, referindo-se à Arménia como Albânia e ao Azerbaijão como 'Aberbaijão'.
"Para o 'Aberbaijão' – isto foi um grande problema que durou 34, 35 anos, digamos, a Albânia, quer dizer, pensem nisto, durou anos. E eu conheci os líderes e conheci-os através do comércio. Estava a lidar com eles um pouco e a perguntar-me: 'Porque é que estão a lutar?'", disse o presidente norte-americano no 'The Mark Levin Show'.
"E eu disse: 'Não vou fazer um acordo comercial se vocês vão lutar – é uma loucura'. De qualquer forma, uma coisa levou à outra, e eu consegui resolver essa questão", adiantou.
Afinal, o que se passou entre a Arménia e o Azerbaijão?
Os dois países assinaram, no passado dia 8 de agosto, diversos tratados relacionados com o processo de paz. Na altura, Donald Trump afirmou que a "Arménia e o Azerbaijão estão empenhados em pôr fim a todos os conflitos para sempre, em reabrir o comércio, as viagens e as relações diplomáticas, e em respeitar a soberania e a integridade territorial de cada um".
Os acordos foram assinados pelo presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e pelo primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan.
As partes tentavam há meses aproximar posições para finalizar o acordo de paz, após décadas de conflito. Em 13 de março, as autoridades de ambos os países acordaram a versão final do texto do acordo de paz para o conflito entre as partes, cujo epicentro foi a região de Nagorno-Karabakh, zona reintegrada pelo Azerbaijão após uma ofensiva militar azeri em 2023 que provocou o êxodo da maioria da população arménia daquela zona.
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