"Tenho informação de que todos aqueles, não exclusivamente os portugueses, que foram intercetados [pelos militares israelitas] se encontra em boas condições [...], ainda estamos a confirmar se todos os cidadãos portugueses fazem parte deste primeiro grupo", disse Luís Montenegro, em conferência de imprensa, depois de um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no âmbito de uma reunião da Comunidade Política Europeia, em Copenhaga (Dinamarca).
O primeiro-ministro evitou dizer que a coordenadora nacional do BE e deputada única do partido, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e ainda mais dois ativistas portugueses estão detidos, optando por dizer que estão "sob responsabilidade das autoridades israelitas".
Luís Montenegro disse que o Governo sabe "exatamente a localização" dos portugueses.
"Não sei dizer especificamente o local, sei que estão num porto", comentou, acrescentando que as autoridades portugueses estão em permanente contacto com Telavive, para averiguar se "estão todos ou apenas uma parte da delegação".
As autoridades israelitas indicaram, há momentos, que os ativistas da Flotilha Global Sumud intercetados estão prestes a desembarcar no porto de Ashdod, onde serão entregues à polícia antes de seguirem para a prisão de Ketziot, no deserto do Negev. Não é possível saber se os portugueses fazem parte deste grupo.
Podem ser expulsos, sair voluntariamente ou ir a tribunal
O plano é que os detidos sejam recebidos por funcionários prisionais e, caso recusem a deportação, enfrentem julgamento por entrada ilegal perante um tribunal especial composto por elementos do Ministério do Interior, em vez de um tribunal comum.
O primeiro-ministro disse ainda esperar que "a rede diplomática [portuguesa] possa entrar em contacto com os portugueses", enquanto aguardam uma eventual decisão judicial sobre expulsão dos integrantes da flotilha humanitária ou uma possível decisão de abandonar Israel voluntariamente.
Os integrantes da flotilha que queria levar apoio humanitário à população palestiniana estava a caminho da Faixa de Gaza, cercada e com acessos bloqueados, um enclave palestiniano que não é território israelita, mas está sob ocupação.
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