O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniu-se com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na segunda-feira, na Casa Branca, para discutir as negociações de paz no Médio Oriente.
Em cima da mesa estava um plano com 20 pontos onde se previa o fim imediato da guerra, acompanhado da libertação dos vários reféns israelitas que ainda se encontram mantidos em cativeiro em Gaza.
Note-se ainda que Donald Trump prometeu, um dia antes do encontro, "algo especial" nas negociações, tendo realçado haver "uma oportunidade real de alcançar algo grande no Médio Oriente".
Mas, afinal, o que discutiram os dois líderes políticos? E o que ficou decidido?
O pedido de desculpas de Netanyahu ao Catar
Durante a reunião entre Trump e Netanyahu soube-se que o primeiro-ministro israelita terá telefonado ao seu homólogo do Catar, Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani, por forma a apresentar um pedido de desculpas após os ataques contra Doha, que aconteceram no dia 9 de setembro.
"O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, falou ao telefone com o primeiro-ministro do Catar, Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani, pediu desculpas por ter violado a soberania do Qatar no ataque a Doha e expressou pesar pela morte de um segurança catari, segundo fonte familiarizada com o assunto. A chamada ocorreu durante a reunião entre Netanyahu e Trump", detalhou o jornalista israelita Barak Ravid, correspondente do Axios e do Canal 12 de Israel, na rede social X (Twitter).
"Dia histórico". Os 20 pontos do plano para alcançar a paz no Médio Oriente
Já depois da reunião (após ter apresentado o seu plano a Netanyahu) e em declarações aos jornalistas na Casa Branca, o presidente norte-americano começou por agradecer ao primeiro-ministro israelita por ter concordado com o plano, que é constituído por 20 pontos, notando ter-se tratado de um "dia histórico".
"Este é um dia muito, muito importante, potencialmente um dos dias mais importantes da civilização", salientou Trump.
O plano tem como objetivo terminar com a guerra entre Israel e o Hamas. Entre os pontos destaca-se, por exemplo, o facto de que "Gaza será reconstruída para benefício do seu povo", "cessar-fogo imediato e retirada gradual das forças israelitas", "libertação, no prazo de 72 horas, de todos os reféns".
Netanyahu "apoia plano" e diz que Trump é "maior amigo que Israel alguma vez teve"
Durante a conferência de imprensa, Benjamin Netanyahu realçou que o presidente Donald Trump provou "mais uma vez, que é o maior amigo que Israel alguma vez teve na Casa Branca".
Revelou ainda que apoia o plano criado pelo norte-americano que tem como objetivo pôr fim à guerra na Faixa de Gaza e ainda estender a paz por todo o Médio Oriente.
"Eu acredito que hoje [segunda-feira], tomámos um passo crítico no sentido de terminar a guerra em Gaza e montar o plano para avançar dramaticamente a paz no Médio Oriente - e acho que até para além do Médio Oriente", disse.
De salientar ainda que, após a reunião entre Donald Trump e Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abdulrahman al-Thani, e o chefe dos serviços de informação egípcios, Hassan Mahmoud Rashad, reuniram-se "com os negociadores do Hamas e apresentaram-lhes o plano".
"Os negociadores do Hamas disseram que o iriam examinar de boa-fé e responder", disse fonte ligada ao processo de negociações à agência France-Presse (AFP).
Também os familiares do reféns sequestrados pelo Hamas afirmaram tratar-se de "um acordo histórico que permitirá" ao povo israelita "curar-se, pôr fim à guerra e traçar um novo futuro para o Médio Oriente", tendo apelado à comunidade internacional para pressionar o grupo islamita a aceitá-lo.
Leia Também: Portugal manifesta apoio ao plano de Trump para fim da guerra em Gaza