O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, terá telefonado ao homólogo do Qatar, Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani, para apresentar as suas desculpas pelo ataque contra Doha, que ocorreu no dia 9 de setembro. A chamada terá acontecido durante o encontro do chefe do Governo israelita com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esta segunda-feira.
“O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, falou ao telefone com o primeiro-ministro do Catar, Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani, pediu desculpas por ter violado a soberania do Qatar no ataque a Doha e expressou pesar pela morte de um segurança qatari, segundo fonte familiarizada com o assunto. A chamada ocorreu durante a reunião entre Netanyahu e Trump”, detalhou o jornalista israelita Barak Ravid, correspondente do Axios e do Canal 12 de Israel, na rede social X (Twitter).
Entretanto, a agência Reuters também noticiou a mesma informação e deu conta de que uma equipa técnica do Qatar está na Casa Branca.
BREAKING: Israeli prime minister Benjamin Netanyahu spoke on the phone with the prime minister of Qatar Mohammed Bin Abdulrahman al-Thani and apologized for violating Qatari sovereignty in the strike on Doha and expressed regret for the killing of a Qatari security guard,…
— Barak Ravid (@BarakRavid) September 29, 2025
Recorde-se que Trump reuniu-se com Netanyahu esta segunda-feira, em Washington, pouco depois de ter prometido um acordo sobre Gaza e de apresentar uma proposta em 21 pontos para silenciar as armas no território palestiniano.
De acordo com o Axios e Times of Israel, o plano prevê o fim imediato da guerra, acompanhado por uma retirada faseada das forças israelitas e pela libertação dos reféns nas 48 horas seguintes ao cessar-fogo. Após a libertação dos reféns, Israel libertaria mais de mil prisioneiros palestinianos, incluindo vários condenados a prisão perpétua.
Diversos dirigentes árabes afirmaram que não cooperariam na adoção do plano caso Israel avançasse com a anexação de partes da Cisjordânia, como exigem alguns membros de extrema-direita do governo israelita.
Note-se ainda que pelo menos seis pessoas morreram no ataque de Israel a Doha, no Qatar, nomeadamente cinco membros do Hamas e um membro da polícia daquele país.
Suhail al-Hindi, membro do gabinete político do Hamas, disse numa entrevista à rede qatari Al Jazeera que foram mortos o filho do negociador principal do Hamas, Khalil al-Hajjah, Hamam Khalil al-Hajjah, bem como o seu chefe de gabinete, Jihad Labad, e três guarda-costas. Contudo, al-Hindi sublinhou que a "direção do movimento sobreviveu ao ataque".
O ataque israelita procurava visar os altos funcionários do Hamas que participam nas negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza com Israel, segundo confirmou presidente israelita, Isaac Herzog.
Já Netanyahu afirmou que este ataque foi uma resposta ao atentado em Jerusalém, em que dois palestinianos da Cisjordânia ocupada mataram a tiro seis pessoas numa paragem de autocarro. O atentado foi reividicado no dia 9 de setembro pelo braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam.
O Qatar, que é um dos mediadores nas negociações de cessar-fogo em Gaza, acolhe o gabinete político do Hamas e tem sido palco de conversações indiretas com a delegação israelita, que foi convidada a deslocar-se ao país em diversas ocasiões.
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