O corpo de Matilde Muñoz, a turista de espanhola de 72 anos assassinada durante um alegado assalto num hotel, na ilha de Lombok, na Indonésia, foi mudado de lugar várias vezes até ser encontrado pelas autoridades.
O cadáver de María Matilde Muñoz Carzola, conhecida como Mati, foi encontrado, no sábado passado, enterrado numa praia localizada a cerca de 500 metros do hotel onde estava hospedada, cerca de dois meses após ter sido dada como desaparecida.
Segundo a Polícia de Lombok Ocidental, citada pela estação espanhola Telecinco, os suspeitos revelaram que o corpo de Mati foi primeiro transferido do seu bungalow no hotel Bumi Aditya, na zona de Senggigi, para a divisão do gerador do hotel, onde permaneceu durante quatro dias.
Depois, o corpo foi colocado nas traseiras do hotel e em agosto foi levado para um terreno baldio fora do hotel.
De acordo com a polícia, "os restos mortais da vítima foram transferidos e enterrados na praia" a 24 de agosto, já depois de as autoridades começarem a investigar o desaparecimento.
A autópsia foi realizada esta quinta-feira num hospital de Lombok, mas os resultados preliminares ainda não foram divulgados.
No sábado, dois homens, um funcionário e um ex-funcionário do hotel, de 30 e 34 anos, foram detidos pelos crimes de "homicídio qualificado e roubo com violência". Segundo a polícia, ambos confessaram o crime e a mulher terá morrido asfixiada.
Apesar de os dois homens terem confessado o crime, a família de Mati acredita que há mais envolvidos. "Não são só os dois. Há mais pessoas envolvidas, acreditamos firmemente que sim", disse o sobrinho, Ignacio Vilariño, à agência de notícias espanhola Efe.
Antes de o corpo ser encontrado, a família já tinha considerado estar em causa um "crime clássico" e pediu às autoridades da Indonésia e à Interpol para intensificarem as investigações e ouvirem os funcionários do hotel onde estava hospedada, acreditando que estavam "envolvidos em tudo".
Segundo Vilariño, os funcionários e gerentes do hotel apresentaram contradições "tão evidentes que não deixam margem para dúvidas" de um possível envolvimento.
Na altura em que o desaparecimento foi denunciado, em meados de agosto, Nurmala Hayati, contabilista do alojamento, explicou que a espanhola deu entrada pela primeira vez no hotel por volta de "12 de junho" e que "prolongou a sua estadia" no estabelecimento a 2 de julho até ao dia 20 desse mês. A mulher pagou antecipadamente e disse que "ia para a praia".
"Depois disso, nunca mais a vi", disse à Efe.
"A 5 de julho, o pessoal do hotel disse-me que Matilde não tinha voltado desde 2 de julho. Enviei-lhe uma mensagem pelo WhatsApp, mas ela não a recebeu. Foi só no dia 6 [de julho] que ela respondeu a dizer que estava em Laos. Não lhe mandei mais mensagens", acrescentou Hayati.
No entanto, segundo o sobrinho, a mensagem enviada para o hotel continha erros ortográficos graves, que eram "atípicos dela". Uma mensagem semelhante foi enviada para o seu grupo de amigos, mas a família acredita que possa ser um álibi para os envolvidos.
Leia Também: Espanhola desaparecida na Indonésia foi assassinada. Criminosos confessam