Os dois homens detidos por suspeitas de terem matado Matilde Muñoz, uma turista espanhola de 72 anos, na ilha de Lombok, na Indonésia, acusaram-se mutuamente do crime. Os suspeitos têm 30 e 34 anos e são um funcionário e um ex-funcionário do hotel onde a vítima estava hospedada.
O corpo de María Matilde Muñoz Carzola, conhecida como Mati, foi encontrado enterrado numa praia da ilha no sábado, cerca de dois meses após o seu desaparecimento.
Na altura, a Polícia de Lombok Ocidental adiantou que dois homens, de 30 e 34 anos, foram detidos pelos crimes de "homicídio qualificado e roubo com violência" e que ambos confessaram o crime.
"Os dois admitiram ter planeado o assassínio da vítima", disse a autoridade em comunicado, acrescentando que os homens entraram "no quarto da vítima através de uma janela" para lhe "roubar os pertences".
Agora, de acordo com a estação espanhola Telecinco, os suspeitos, um funcionário e um ex-funcionário do Hotel Bumi Aditya, na Praia de Senggigi, estão a acusar-se mutuamente do crime.
Segundo as autoridades, a mulher foi asfixiada até à morte e uma autópsia preliminar deverá ser revelada esta segunda-feira.
Apesar de os dois homens terem confessado o crime, a família de Mati acredita que há mais envolvidos. "Não são só os dois. Há mais pessoas envolvidas, acreditamos firmemente que sim", disse o sobrinho, Ignacio Vilariño, à agência de notícias espanhola Efe.
O corpo da turista espanhola, recorde-se, foi encontrado no sábado enterrado numa praia a cerca de 500 metros do hotel.
Antes do corpo ser encontrado, a família já tinha considerado estar em causa um "crime clássico" e pediu às autoridades da Indonésia e à Interpol para intensificarem as investigações e ouvirem os funcionários do hotel onde estava hospedada, acreditando que estavam "envolvidos em tudo".
Segundo Vilariño, os funcionários e gerentes do hotel apresentaram contradições "tão evidentes que não deixam margem para dúvidas" de um possível envolvimento.
"Aflige-nos que ninguém tenha sido levado para depor perante a polícia do país. As mentiras e descuidos das duas ou três pessoas que administram o hotel mostram que estão envolvidos em tudo", atirou.
Na altura em que o desaparecimento foi denunciado, Nurmala Hayati, contabilista do alojamento, explicou que a espanhola deu entrada pela primeira vez no hotel por volta de "12 de junho" e que "prolongou a sua estadia" no estabelecimento a 2 de julho até ao dia 20 desse mês. A mulher pagou antecipadamente e disse que "ia para a praia".
"Depois disso, nunca mais a vi", disse à Efe.
"A 5 de julho, o pessoal do hotel disse-me que Matilde não tinha voltado desde 2 de julho. Enviei-lhe uma mensagem pelo WhatsApp, mas ela não a recebeu. Foi só no dia 6 [de julho] que ela respondeu a dizer que estava em Laos. Não lhe mandei mais mensagens", acrescentou Hayati.
No entanto, segundo o sobrinho, a mensagem enviada para o hotel continha erros ortográficos graves, que eram "atípicos dela". Uma mensagem semelhante foi enviada para o seu grupo de amigos, mas a família acredita que possa ser um álibi para os envolvidos.
O caso só começou a ser investigado em meados de agosto, após a Polícia de Lombok Ocidental ter recebido um alerta da Polícia Nacional da Indonésia e do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
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