Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, reuniram-se, esta quarta-feira, em Pequim, onde participaram numa parada militar que assinalou o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico. Após o encontro, há já um pormenor que está a dar que falar - a equipa do norte-coreano foi vista a limpar tudo aquilo em que este tocou.
As imagens, partilhadas por um canal russo no Telegram e amplamente partilhadas na rede social X, onde já se tornaram virais, mostram funcionários a 'destruir' todos os vestígios da presença de Kim Jong-un naquele local.
Foi levado um copo do qual o líder norte-coreano bebeu e, com recurso a toalhetes húmidos, um funcionário limpou a cadeira e todas as partes de mobiliário na qual tocou durante o encontro com o presidente russo.
"Após as negociações, a equipa que acompanhava o líder da Coreia do Norte destruiu cuidadosamente todos os vestígios da presença de Kim", relatou o jornalista russo Alexander Yunashev no seu canal do Telegram, Yunashev Live.
"Eles levaram o copo de que ele bebeu, limparam o estofo da cadeira e as partes do mobiliário que o líder coreano tocou", apontou ainda.
🤡 All traces of Kim Jong Un were wiped away after his talks with Putin
— NEXTA (@nexta_tv) September 3, 2025
They took the glass the dictator drank from and thoroughly wiped down the chair he had been sitting in. pic.twitter.com/eTf7f4FAZu
Tal como destaca a imprensa internacional, Kim Jong-un protege afincadamente o seu ADN, que poderia revelar as suas fragilidades médicas. Não é claro, contudo, se os seus receios se predem com os russos ou até mesmo com os serviços secretos chineses.
Sabe-se que o líder norte-coreano teme traidores e desertores, já tendo enfrentado várias tentativas de assassínio. Para viajar até Pequim, por exemplo, usou o seu emblemático comboio blindado, que é apelidado por analistas de "fortaleza ambulante", é há muito símbolo de poder, segurança e tradição na liderança norte-coreana.
As operações de segurança em torno de Kim Jong-un são igualmente apertadas na Coreia do Norte, onde todas as suas aparições públicas são cuidadosamente controladas.
De realçar que os presidentes da Rússia e da Coreia do Norte reuniram-se hoje em Pequim para conversações bilaterais, depois de participarem numa parada militar que os juntou ao líder da China, Xi Jinping. O encontro decorreu na casa de hóspedes de Diaoyutai, após uma receção oficial.
Perante jornalistas, no início da reunião, Putin elogiou a bravura e o heroísmo dos soldados norte-coreanos que, segundo afirmou, combateram ao lado das tropas russas para repelir uma incursão ucraniana na região fronteiriça de Kursk, no oeste da Rússia.
De acordo com avaliações das autoridades sul-coreanas, Pyongyang terá enviado cerca de 15 mil soldados para a Rússia desde o ano passado, além de grandes quantidades de equipamento militar, incluindo mísseis balísticos e artilharia, para apoiar a invasão russa da Ucrânia, que entra agora no terceiro ano.
Na sua intervenção inicial, Kim afirmou que a cooperação entre os dois países se "fortaleceu significativamente" desde a assinatura de um pacto de parceria estratégica em junho do ano passado, durante uma cimeira em Pyongyang.
Sem referir diretamente a guerra na Ucrânia, o líder norte-coreano sublinhou: "se houver algo que possa fazer por si e pelo povo da Rússia, se houver mais que precise de ser feito, considerarei isso um dever fraternal, uma obrigação que devemos certamente assumir, e estarei preparado para fazer tudo o que for possível para ajudar".
Já depois do encontro, Putin convidou-o a visitar a Rússia.
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