O número de mortos de um “ataque massivo” levado a cabo pela Rússia na capital ucraniana aumentou para oito, disse o chefe de Estado daquele país, Volodymyr Zelensky, esta quinta-feira. O responsável deu ainda conta de que pelo menos um dos mortos é uma criança e apelou a que sejam aplicadas sanções a Moscovo.
“Neste momento, em Kyiv, as equipas de primeiros socorros estão a limpar os escombros de um edifício residencial, após um ataque russo. Mais um ataque massivo contra as nossas cidades e comunidades. Mais mortes. Tragicamente, já foram confirmadas pelo menos oito vítimas mortais. Uma delas é uma criança. As minhas condolências a todas as suas famílias e entes queridos”, escreveu Zelensky, na rede social X (Twitter).
O presidente assinalou que o ataque representa “uma resposta clara a todos aqueles que, durante semanas e meses, têm apelado a um cessar-fogo e a uma diplomacia verdadeira”.
“A Rússia opta pela balística em vez da mesa de negociações. Opta por continuar a matar em vez de pôr fim à guerra. E isto significa que a Rússia continua a não temer as consequências. A Rússia continua a tirar partido do facto de que pelo menos parte do mundo fecha os olhos às crianças assassinadas e procura desculpas para Putin”, acusou.
Zelensky considerou, por isso, ser “hora de novas sanções duras contra a Rússia por tudo o que está a fazer”, uma vez que “todos os prazos já foram infringidos, dezenas de oportunidades para a diplomacia foram arruinadas”.
Right now in Kyiv, first responders are clearing the rubble of an ordinary residential building after a Russian strike. Another massive attack against our cities and communities. Killings again. Tragically, at least 8 people have already been confirmed dead. One of them is a… pic.twitter.com/aukkujC9ji
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) August 28, 2025
“A Rússia deve sentir-se responsável por cada ataque, por cada dia desta guerra”, disse.
O chefe de Estado indicou ainda esperar “uma reação da China”, que “tem apelado repetidamente para que não se expanda a guerra e para que haja um cessar-fogo”, o que “não está a acontecer por causa da Rússia”.
“Esperamos uma reação da Hungria. A morte de crianças deve, sem dúvida, suscitar emoções muito mais fortes do que qualquer outra coisa. Esperamos uma resposta de todos aqueles que, no mundo, apelaram à paz, mas que agora, mais frequentemente, permanecem em silêncio em vez de assumirem posições de princípio”, complementou.
Anteriormente, o ministro do Interior, Ihor Klymenko, tinha revelado que estavam duas crianças entre as vítimas mortais do ataque, que provocou, pelo menos, 30 feridos.
Ainda assim, as equipas de resgate continuam a retirar pessoas presas sob os escombros, pelo que se espera que os números aumentem.
A Rússia lançou drones, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos, notou Tymur Tkachenko, chefe da administração municipal de Kyiv, notando que pelo menos 20 locais em sete áreas da capital foram atingidos.
Quase 100 edifícios ficaram danificados, incluindo um centro comercial no centro da cidade, e milhares de janelas partiram-se, acrescentou o responsável.
Trata-se do primeiro grande ataque combinado russo com drones e mísseis a atingir Kyiv desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniu com o homólogo russo, Vladimir Putin, no Alasca, no início deste mês, para discutir o fim da guerra na Ucrânia.
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