Ministro israelita Ben Gvir ameaça líder palestiniano na prisão. O vídeo

O ministro israelita de extrema-direita Itamar Ben Gvir divulgou hoje um vídeo em que confronta e ameaça, dentro da sua cela, o líder palestiniano Marwan Barghouti, detido desde 2002, ação já condenada pelas autoridades palestinianias.

Itamar Ben Gvir, Israel's national security minister, during an interview in his office at the Knesset in Jerusalem, Israel, on Monday, July 22, 2024. The Israeli far-right cabinet member took the unusual step of endorsing Donald Trump as the next US pres

© Getty Images

Lusa
15/08/2025 16:18 ‧ há 2 horas por Lusa

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Nas imagens, publicadas na rede X, o ministro da Segurança Nacional e mais duas pessoas, incluindo um guarda prisional, permanecem de pé diante de Barghouti, encurralando-o num canto da cela.

 

"Vocês não vão vencer-nos. Quem fizer mal ao povo de Israel, quem matar crianças, quem matar mulheres (...) será apagado", afirmou em hebraico o ministro.

Barghouti, membro eleito do Conselho Legislativo Palestiniano e um dos líderes da Fatah, tenta então responder, mas o ministro interrompe-o: "Não, tem de saber disso, e ao longo de toda a história".

"Esta manhã [sexta-feira], li que vários altos responsáveis da Autoridade [Palestiniana] não gostaram muito do que disse ao terrorista-chefe Marwan Barghouti, que o seu nome seja apagado. Então vou repeti-lo, vezes sem conta, sem pedir desculpa: quem atacar o povo de Israel, quem matar as nossas crianças, quem matar as nossas mulheres, será apagado. Com a ajuda de Deus", acrescentou Ben Gvir, no comentário que acompanhou o vídeo.

Barghouti, antigo dirigente da Fatah que defende uma solução política para o conflito israelo-palestiniano, está preso por Israel desde 2002. É frequentemente apontado como um possível sucessor do Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, apesar de estar detido.

Apelidado de "Mandela palestiniano" pelos seus apoiantes e tornado, ao longo dos anos, numa figura emblemática da causa palestiniana, foi condenado a prisão perpétua por homicídio, devido ao seu papel em vários atentados anti-israelitas durante a Segunda Intifada ("levantamento", em árabe), entre 2000 e 2005.

O vídeo divulgado pelo ministro não indica o nome da prisão onde Marwan Barghouti se encontra atualmente detido.

Contudo, segundo um elemento próximo do ministro, ouvido pela agência France-Presse (AFP) sob anonimato, o encontro aconteceu "por acaso" na prisão de Ganot, durante uma visita de inspeção de Ben Gvir. A fonte não especificou a data da gravação.

Num comunicado transmitido pela agência de notícias palestiniana Wafa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Autoridade Palestiniana, no poder na Cisjordânia, denunciou "uma provocação sem precedentes" e qualificou o incidente como "terrorismo de Estado organizado".

Para a Autoridade Palestiniana, o ministro Ben Gvir "invadiu" a cela de Barghouti.

A representação da Autoridade Palestiniana junto da ONU denunciou igualmente "as condições humanitárias extremamente duras" em que o líder palestiniano se encontra "em isolamento", afirmando que Barghouti "perdeu mais de metade do peso devido a negligência médica deliberada e maus-tratos".

"E, ao mesmo tempo, o ministro extremista Ben Gvir continua a ameaçá-lo diretamente numa tentativa de quebrar a sua vontade e resiliência", acusou a representação diplomática na rede X.

O Hamas, pela voz de Izzat Al-Risheq, membro do gabinete político do movimento islamista no poder na Faixa de Gaza, expressou "solidariedade com o irmão e líder Marwan Barghouti".

O grupo islamita denunciou ainda a "brutalidade" do ministro Ben Gvir perante "um líder prisioneiro, algemado e isolado em cela solitária, mal conseguindo manter-se de pé".

Ben Gvir, juntamente com o ministro das Finanças Bezalel Smotrich, são os membros mais extremistas do Governo liderado por Benjamin Netanyahu. Ambos estão impedidos de viajar para os Países Baixos e Eslovénia, membros da União Europeia, por incitarem à violência dos colonos contra a população palestiniana.

No início do mês, Ben Gvir já tinha protagonizado outra polémica e provocado a ira palestiniana ao rezar na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, o terceiro local mais sagrado do Islão, onde os não muçulmanos não são autorizados a rezar.

Leia Também: Jordânia diz que visita de Ben Gvir ao Monte do Templo é "provocação"

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