"Cortar a árvore em homenagem a Ilan Halimi é uma tentativa de matá-lo pela segunda vez", escreveu o Presidente Macron na rede social X, garantido que "isso não vai acontecer: a nação não esquecerá este filho da França que morreu por ser judeu".
Macron reagia ao derrube de uma árvore plantada em homenagem a Ilan Halimi, um jovem judeu francês que foi sequestrado e torturado até a morte em 2006, por um grupo de cerca de vinte pessoas que se autodenominavam "gangue dos bárbaros", sob a liderança de Youssouf Fofana.
Segundo a agência France-Presse (AFP), o jovem foi encontrado num subúrbio de Paris, nu, amordaçado, algemado e com sinais de tortura e queimaduras. Internado no hospital acabaria por morrer, cerca de um mês depois.
Numa fotografia divulgada pelas autoridades locais o tronco de uma oliveira, plantada em março de 2011, em Epinay-sur-Seine, nos subúrbios de Paris, surge cortado, "provavelmente com uma motosserra, a cerca de vinte centímetros do chão, em frente a uma estela em homenagem a Ilan Halimi".
Na rede social X Emmanuel Macron garantiu hoje que "todos os meios estão a ser mobilizados para punir este ato de ódio".
"A árvore de Ilan Halimi, um baluarte vivo contra o esquecimento, foi cortada pelo ódio antissemita. Nenhum crime pode arrancar a memória. A luta incessante contra o veneno mortal do ódio é nosso dever principal", afirmou o primeiro-ministro François Bayrou, na mesma rede.
Entrevistado pela AFP Yonathan Arfi, presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), considerou que "esta violenta reafirmação do antissemitismo perante a sociedade é algo extremamente dolorosa. Não há nada mais covarde, e os assassinos da sua memória não são melhores do que aqueles que lhe tiraram a vida há vinte anos".
Vários outros líderes políticos franceses manifestaram choque e desaprovação pelo ato.
França abriga a maior comunidade judaica da Europa, com quase 500.000 pessoas.
Entre janeiro e maio deste ano foram registados 504 atos antissemitas no país.
Leia Também: França travou guerra nos Camarões durante descolonização, assume Macron