Segundo o chefe do Governo alemão, que promoveu as conversações de hoje, a Ucrânia -- país invadido pela vizinha Rússia a 24 de fevereiro de 2022 e onde desde então decorre uma guerra -- "deve estar à mesa" das negociações, após a cimeira entre Trump e o homólogo russo, Vladimir Putin, agendada para a próxima sexta-feira, 15 de agosto, numa base militar em Anchorage, no Estado norte-americano do Alasca.
Em declarações à imprensa em Berlim, ao lado de Zelensky após a videoconferência, Merz defendeu também que as negociações devem decorrer na ordem correta, a começar por um cessar-fogo, e afirmou que poderão ser tomadas "decisões importantes" em Anchorage, salientando, contudo, que "os interesses fundamentais da segurança europeia e ucraniana devem ser protegidos" na reunião.
"O Presidente Trump sabe que pode contar connosco para uma paz que tenha em conta os interesses europeus e ucranianos", declarou o chanceler alemão, no final da reunião da chamada liga dos voluntários (Alemanha, França, Reino Unido e União Europeia) com Trump.
Merz sublinhou também que do Alasca pode sair algo de positivo, mas advertiu de que, se a parte russa se mantiver inamovível, a pressão sobre Moscovo deve ser aumentada.
"Se não houver uma ação por parte da Rússia no Alasca, a Europa e os Estados Unidos terão de aumentar a pressão", sustentou.
Segundo Merz, houve acordo entre Trump e os europeus em praticamente todos os pontos e metas a atingir.
"Foram debatidos com o Presidente Trump todos os aspetos da posição europeia, e ele pode contar com o nosso apoio", salientou.
O chanceler alemão defendeu também que, embora Kiev esteja disposta a discutir questões territoriais, a base deve ser a atual linha de contacto e que "deve ser mantido o princípio de que as fronteiras não podem ser alteradas pela força".
No início da sua intervenção, Merz recordou que hoje se assinala o 64.º aniversário da construção do muro de Berlim, que se tornou um símbolo da divisão da Europa, só destruído em 1989.
"No entanto, essa ferida está novamente aberta desde 2022, com a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia", observou.
[Notícia atualizada às 16h44]
Leia Também: Cimeira Trump-Putin realiza-se em base militar do Alasca