Comandante receia que a prazo se torne impossível atracar no porto de Bissau

Um ex-administrador dos Portos da Guiné-Bissau disse hoje à Lusa recear que, dentro de três anos, seja impossível a qualquer navio de grande porte atracar no porto de Bissau devido ao assoreamento.

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Lusa
24/07/2025 17:07 ‧ há 1 semanas por Lusa

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Guiné-Bissau

"Se não se fizer a dragagem no porto de Bissau, daqui a três anos nenhum navio de grande porte conseguirá atracar lá", advertiu o comandante Carlos Silva, um dos primeiros quadros guineenses formados em Marinha Mercante.

 

O responsável, antigo diretor-geral da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB), afirmou que o nível do assoreamento (acúmulo de lodo e outros detritos no rio) "está numa velocidade que até mete medo".

"O porto foi construído em 14 metros [de profundidade], mas agora, com a maré alta, só tens cinco metros de profundidade. Isso é grave", declarou Carlos Silva, antigo comandante de um dos mais emblemáticos navios da Guiné-Bissau, o Sambuia, que ligava a zona continental do país às ilhas Bijagós.

O piloto está preocupado, mas admitiu a existência do "empenho das autoridades" do país no sentido de tratar da dragagem do porto de Bissau, a qual aconselhou que seja feita a partir do "canal de Empernal", que separa a capital guineense da localidade de Cumeré.

Se a dragagem não for feita nos próximos tempos, Carlos Silva prevê o aumento da sedimentação, que, em condições normais, é de 11 centímetros por ano.

"Se multiplicares 11 centímetros de lodo que vem e fica, em 52 anos temos mais ou menos 5,72 metros de lodo acima do nível desejado, isso sem contar com barcos velhos encalhados no fundo do porto, lodo que vem de construções à volta do rio Geba, em Bissau", notou.

Pelas contas do comandante Carlos Silva, neste momento, em cada porto de atracagem de navios e barcos na Guiné-Bissau, a dragagem deve ser feita até ao nível de seis metros.

Em relação à sinalização de navegação marítima, o comandante Silva disse ser "um outro problema" para o país, já que "não existem boias e todos os faróis estão apagados".

"Isso penaliza o país, porque navios da Marinha Mercante que poderiam entrar a qualquer momento, agora estão condicionados. Navegam até à estação de Caio e param aí até ao dia seguinte, em que é enviado um piloto [de Bissau] para trazer o navio", observou.

O piloto, formado no Brasil, afirmou que os navios que queiram entrar no porto de Bissau só o conseguem fazer se navegarem durante o dia.

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