Governo palestiniano condena moção israelita para anexação da Cisjordânia

O Governo palestiniano condenou hoje a moção não vinculativa aprovada pelo Parlamento israelita que pede a anexação da Cisjordânia, afirmando ser uma nova declaração de guerra e uma ameaça à viabilidade da solução de dois Estados.

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© JAAFAR ASHTIYEH/AFP via Getty Images

Lusa
24/07/2025 12:52 ‧ há 4 dias por Lusa

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Médio Oriente

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Palestina afirmou, num comunicado divulgado na rede social X, que a medida é também "mais uma manifestação dos crimes de genocídio, deslocação e anexação, que visam acabar com a causa palestiniana e minar o consenso internacional sobre o imperativo estratégico de estabelecer um Estado palestiniano, com Jerusalém Oriental como a sua capital".

 

As autoridades palestinianas disseram ainda que "a decisão é colonial e racista" e representa "um reconhecimento oficial por parte de Israel dos objetivos dos seus crimes de genocídio e da consolidação da separação entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza", que alvo de uma ofensiva militar após os ataques de 07 de outubro de 2023, que já provocaram mais de 59.200 mortos.

"É mais uma prova da inutilidade de continuar com os apelos e exigências internacionais ao Estado ocupante e da superficialidade de esperar por uma oportunidade para que este recue nos seus planos coloniais expansionistas", referiu o comunicado, defendendo que o "consenso internacional" deve ser "acompanhado de sanções internacionais e medidas dissuasoras" para "forçar" Israel a "cessar todos os seus crimes" contra os palestinianos e "reconhecer os seus direitos nacionais justos e legítimos".

Na quarta-feira, os deputados israelitas votaram a favor de um apelo ao Governo para a anexação total da Cisjordânia ocupada, de forma "a retirar da ordem do dia quaisquer planos para um Estado palestiniano". Aprovado por 71 votos contra 13, o texto não tem força de lei, mas pretende afirmar o "direito natural, histórico e legal" de Israel em relação a este território palestiniano.

O porta-voz presidencial da Autoridade Palestiniana (AP), Nabil Abu Rudeina, afirmou que esta moção parlamentar "viola" o direito internacional e "constitui um desafio à vontade da comunidade internacional de alcançar uma paz justa e abrangente, em conformidade com a solução de dois Estados, que prevê um Estado palestiniano com Jerusalém Oriental como capital, dentro das fronteiras de 1967".

Por sua vez, o grupo islamita Hamas enfatizou que a decisão é "nula e sem efeito", acrescentando que "não vai alterar a identidade do território palestiniano", embora tenha afirmado que representa "uma extensão das violações generalizadas cometidas pelo Governo israelita na Cisjordânia, incluindo o roubo de terras e a expansão dos colonatos", além de uma "campanha de assassinatos, detenções e opressão".

A votação no Parlamento israelita foi também condenada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, que a classificou como uma "violação flagrante do direito internacional" e um "golpe severo à solução de dois Estados", sublinhando que Israel "não tem soberania" sobre os Territórios Palestinianos ocupados, de acordo com um comunicado divulgado no X.

Já o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia afirmou, num comunicado, que a decisão do Parlamento israelita "é nula", dado que "a Cisjordânia é território palestiniano sob ocupação israelita desde 1967".

"Os esforços do Governo de [primeiro-ministro israelita, Benjamin] Netanyahu para se agarrar ao poder através de políticas violentas e ações ilegais estão a causar novas crises diariamente e representam uma séria ameaça à ordem internacional e à segurança regional", explicou Ancara.

Por conseguinte, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia solicitou a implementação "imediata" de "medidas vinculativas e dissuasoras" para fazer face "à agressão do genocida Israel".

"As obrigações legais e morais da comunidade internacional devem ser efetivamente cumpridas", acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco.

Leia Também: Turquia considera anexação da Cisjordânia "gesto ilegítimo" que mina paz

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