Irão acusa europeus de incumprimento do acordo nuclear de 2015

O Irão responsabiliza os países europeus pelo fracasso do acordo nuclear de 2015 e acusa-os de não terem cumprido os seus compromissos, declarou hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

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© Morteza Nikoubazl/NurPhoto via Getty Images

Lusa
21/07/2025 10:25 ‧ há 3 dias por Lusa

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"A parte europeia foi culpada e negligente na implementação" do acordo nuclear, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Esmail Baghai.

 

Recorrer a este mecanismo "é sem sentido, injustificável e imoral", afirmou Baghai numa conferência de imprensa, argumentando que o Irão se afastou do acordo em retaliação pelas falhas ocidentais.

"A redução dos compromissos do Irão foi realizada de acordo com as disposições" estabelecidas no texto, garantiu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.

Paris, Londres e Berlim ameaçam restabelecer as sanções da ONU contra o Irão, conforme é permitido pelo acordo, acusando Teerão de não ter cumprido os seus compromissos nucleares.

Acordo Nuclear: Reino Unido, França e Alemanha querem sanções

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Teerão tem até ao final de agosto para mostrar progressos num acordo que limite as suas atividades nucleares.

Notícias ao Minuto | 15:21 - 16/07/2025

Em reação a esta notícia, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão tinha afirmado que os três países não tinham qualquer tipo de base legal para repor as sanções contra Teerão.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano afirmou hoje que os europeus não têm "base moral e legal" para restabelecer as sanções da ONU, após um alerta europeu sobre a ausência de progressos nas negociações nucleares iranianas.

Lusa | 11:31 - 18/07/2025

O Irão vai ter uma nova ronda de negociações sobre o programa nuclear de Teerão com Alemanha, França e Reino Unido na sexta-feira em Istambul, na Turquia, que já havia anunciado no domingo o Governo iraniano.

A reunião contará com a presença de dois vice-ministros dos Negócios Estrangeiros do Irão, para os assuntos jurídicos e internacionais, Kazem Gharibabadi, e para os assuntos políticos, Majid Takht Ravanchi.

Estas negociações com os países europeus do chamado grupo E3 decorrem "separadamente das conversações indiretas com os Estados Unidos", disse o porta-voz dos Negócios Estrangeiros no domingo.

No âmbito do acordo sobre o programa nuclear iraniano de 2015 (JCPOA) - denunciado pelos Estados Unidos, que deixaram de fazer parte em 2018, mas ainda em vigor para o Irão, os E3, a China e a Rússia - uma cláusula permite restabelecer as sanções da ONU contra Teerão em caso de incumprimento dos seus compromissos, o chamado mecanismo de 'snapback'.

Para não ativar o mecanismo antes do término do JCPOA em outubro, os europeus querem avanços diplomáticos antes do final de agosto.

Em 22 de junho, os Estados Unidos bombardearam a instalação subterrânea de enriquecimento de urânio em Fordo, a sul de Teerão, e as instalações nucleares de Isfahan e Natanz, no centro do país persa. A extensão exata dos danos é desconhecida.

Estados Unidos bombardeiam três instalações nucleares no Irão

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O Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou este sábado que as forças armadas dos Estados Unidos atacaram três centros nucleares no Irão, incluindo Fordo, juntando-se diretamente ao esforço de Israel para decapitar o programa nuclear do país.

Lusa | 03:52 - 22/06/2025

Durante a recente guerra de 12 dias entre Israel e o Irão, que ocorreu em junho passado, Telavive realizou centenas de ataques a instalações nucleares e militares iranianas e matou cientistas ligados ao programa nuclear iraniano.

O Irão retaliou com ataques de mísseis e 'drones' contra Israel. Tal como os países ocidentais, Israel sustenta que o Irão quer desenvolver uma bomba atómica.

Teerão, que nega veementemente ter tais ambições militares, afirma estar a desenvolver energia nuclear para necessidades civis, particularmente energéticas.

Segundo a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o Irão é o único país sem armas nucleares a enriquecer urânio a um nível elevado (60%), muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo internacional concluído em 2015 com as grandes potências, do qual os Estados Unidos se retiraram durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump.

Para construir uma bomba, o enriquecimento precisa de ser elevado a 90%, segundo a AIEA, agência que integra o sistema da ONU.

Leia Também: Irão e Europa têm nova reunião sobre programa nuclear na sexta-feira

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