Inaugurado laboratório de análise de microplásticos nas Galápagos

O arquipélago equatoriano das Galápagos, classificado pela UNESCO como Património Mundial em 1978, acolhe oficialmente desde quinta-feira o primeiro laboratório de análise de microplásticos, com o apoio da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), entre outras entidades.

Galápagos, Equador

© Chris J Ratcliffe/Getty Images for Lumix

Lusa
18/07/2025 06:33 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

AIEA

"O Equador será uma referência regional e global. Devem sentir-se muito orgulhosos, porque esta capacidade criada não só ajudará a compreender o impacto dos microplásticos nos ecossistemas costeiros e marinhos, mas também ajudará a região e o mundo a compreender o que está a acontecer com os microplásticos", frisou Ester Monroy, gestora de programas do Departamento de Cooperação Técnica da AIEA no Equador.

 

Ester Monroy falava durante a apresentação, pelo Governo equatoriano, do projeto de Lei Orgânica da Energia Atómica, que procura explorar o desenvolvimento desta tecnologia para garantir a segurança energética do país e reduzir a sua dependência das centrais hidroelétricas.

O trabalho no laboratório da ilha de Santa Cruz permitirá compreender a componente plástica que está a contaminar esta zona das ilhas Galápagos e também como impacta os ecossistemas costeiros e marinhos.

A AIEA contribuiu com mais de 811.000 dólares (cerca de 700.000 euros, à taxa de câmbio atual) em equipamento e formação de pessoal para o laboratório, que também alberga o Instituto Oceanográfico da Marinha do Equador (Inocar).

O processo de criação do laboratório começou em 2021 e, embora a inauguração tenha decorrido na quinta-feira, já foram realizadas medições que permitirão ao Equador perceber, entre outras coisas, as correntes por onde viajam os plásticos, que se transformam posteriormente em microplásticos.

Com esta informação, poderão ser adotadas medidas de monitorização e controlo muito mais precisas, que serão partilhadas com outros países para determinar a influência da poluição em zonas remotas do arquipélago, onde os plásticos com inscrições em várias línguas, incluindo os asiáticos, são transportados pelas correntes para as águas.

Embora o laboratório "não seja grande, é poderoso", com equipamentos avançados que permitem "a identificação clara do tipo de microplástico", destacaram fontes ligadas ao projeto à agência Efe

E embora existam outros laboratórios de análise de microplásticos noutros países da região, o do Equador está "praticamente entre os primeiros" em termos de tecnologia, garantiram.

Com este laboratório, o Equador torna-se uma "referência para a compreensão da poluição plástica e para a tomada de medidas, incluindo a nível global, sobre como lidar com esta questão", sublinharam ainda.

No final de março de 2024, Virginijus Sinkevicius, então Comissário da União Europeia (UE) para o Ambiente, Oceanos e Pescas, reiterou a necessidade de se chegar a acordo sobre um Tratado Global sobre Plásticos após ter verificado a presença de microplásticos nas Ilhas Galápagos, uma das reservas mais bem preservadas do mundo.

As ilhas Galápagos, que no século XIX levaram o cientista britânico Charles Darwin a desenvolver a sua teoria da evolução e da seleção natural, são compostas por treze ilhas situadas a cerca de 1.000 quilómetros a oeste da costa continental do Equador e foram declaradas Património Mundial desde 1978.

Leia Também: Expor crianças a microplásticos prejudica tiroide e desenvolvimento

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