Univ. de Barcelona suspende catedrático após acusações de coação sexual

Professor Ramon Flecha é acusado por 14 mulheres de coação sexual e abuso de poder. O docente nega e diz que as alegações "são totalmente falsas e fruto de uma fabricação perversa".

Ramon Flecha

© Facebook/Ramon Flecha

Andrea Pinto
16/07/2025 09:28 ‧ há 2 dias por Andrea Pinto

Mundo

Barcelona

A Universidade de Barcelona suspendeu de forma cautelar o catedrático Ramón Flecha, após várias queixas de conduta muito grave de carácter sexual, de assédio e de intimidação

 

As denúncias dizem respeito a atos que aconteceram há vários anos quando as vítimas eram ainda caloiras, estudantes ou doutorandas do grupo de investigação de CREA, um grupo especializado em violência machista, e do qual este professor era dirigente.

De acordo com a versão das pessoas afetadas, durante esses anos sofreram coação sexual, abuso de poder e controlo emocional. 

Denúncias surgiram na semana passada

O caso tornou-se público há quinze dias, quando um grupo de 14 mulheres enviou uma carta ao reitor da Universidade de Barcelona (UB), Joan Guàrdia, denunciando o que se havia passado e exigindo medidas para esclarecer a situação. 

Uma das mulheres queixosas especificou as situações que enfrentaram durante o período em que colaboraram com Ramón Flecha, referindo que algumas das suas tarefas incluíam: fazer-lhe a mala, passar as suas camisas a ferro, limpar a casa de banho da sua casa, lavar a louça, fazer compras durante uma viagem de trabalho, lavar o seu carro ou dormir onde ele estivesse porque não queria ficar sozinho. 

Pelo menos seis das queixosas explicam que Flecha teve um comportamento manipulador para ter relações sexuais com elas e pediu-lhes massagens quando estava numa clara posição de superioridade hierárquica. Em alguns casos, era o orientador da tese de algumas delas e, noutros, fazia parte do tribunal que julgava os seus trabalhos de investigação para se tornarem doutoras.

A 11 de julho foi apresentada uma queixa formal dos advogados que representam estas mulheres.

Universidade de Barcelona do lado das queixosas

De acordo com o comunicado oficial da UB, emitido na segunda-feira, 11 pessoas declararam, através dos seus advogados, terem sido vítimas de comportamentos descritos como "intoleráveis e contrários ao código deontológico” e que, a confirmarem-se, “poderão constituir um crime". Na semana passada, teve lugar uma reunião entre os advogados da universidade e os das queixosas.

Em comunicado, a UB garante que "a consternação é absoluta" e manifesta o compromisso de agir "sem demora e com firmeza" para esclarecer os factos e apurar responsabilidades. Além disso, de acordo com El Periódico, a UB ofereceu aos queixosos todos os "recursos técnicos, jurídicos e psicológicos necessários para o seu apoio e reparação".


Docente nega alegações

O professor Ramon Flecha negou todas as acusações, alegando que "são totalmente falsas e fruto de uma fabricação perversa baseada no anonimato", revele o jornal El Nacional.

Em comunicado, Flecha afirmou que "nem eu nem a UB recebemos qualquer queixa".

"Perante falsas acusações e calúnias fabricadas, estou totalmente indefeso e a minha reputação foi gravemente afetada sem qualquer razão real", atirou, pedindo à comunicação social que retifique uma “falsa notícia” que viola o seu direito à honra e à dignidade.

O docente disse ainda que tenciona "tomar as medidas adequadas para restabelecer o meu direito constitucional de não ser falsamente acusado", advertiu Flecha.

"Ouço, acredito e apoio sempre todas as vítimas de violência de género e de abuso de poder, nunca chamo vítimas àqueles que atacam as vítimas", concluiu.

O docente foi, contudo, suspenso de funções, medida que faz parte dos protocolos previstos pela universidade para este tipo de casos.

Será ainda, e tendo em conta a "complexidade" dos factos alegados, nomeada uma comissão para levar a cabo uma investigação às acusações.

Leia Também: Pena suspensa para homem que abusou de sobrinhas em Pombal

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