UE condena "atos de ódio" após protesto com confrontos em Belgrado

A União Europeia (UE) condenou hoje "veementemente" os "atos de ódio e violência" em Belgrado e pediu uma "investigação rápida e credível" sobre a atuação das forças policiais, poucos dias após uma grande manifestação marcada por confrontos com manifestantes.

União Europeia, bandeira, UE

© Reuters

Lusa
03/07/2025 18:57 ‧ há 10 horas por Lusa

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"Estamos a acompanhar a situação de perto e apelamos para que se evite a escalada das tensões. Condenamos veementemente todos os atos de ódio e violência. O direito de manifestar-se pacificamente, a liberdade de reunião e a liberdade de expressão devem ser preservados", publicou a delegação da UE na Sérvia na rede social X.

 

A manutenção da ordem "deve ser proporcionada e respeitar os direitos fundamentais", continuou a representação do bloco dos 27 em Belgrado.

"Esperamos uma investigação rápida, transparente e credível sobre as alegações de uso excessivo da força", afirmou ainda.

No sábado, quando o movimento antigovernamental convocado pela comunidade estudantil parecia estar a perder força, 140.000 pessoas manifestaram-se em Belgrado, uma das maiores manifestações desde o colapso, a 01 de novembro, do telhado de uma estação ferroviária na cidade de Novi Sad, no norte do país.

Esta tragédia, que causou 16 mortos, provocou indignação junto da sociedade sérvia, que acusa o Governo de negligência e corrupção em projetos de edifícios e estruturas estatais.

No final da manifestação, organizada para exigir eleições legislativas antecipadas, eclodiram confrontos e a polícia utilizou gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra os manifestantes, alguns dos quais arremessaram bombas de fumo contra as forças policiais.

Os estudantes apelaram entretanto a uma nova forma de ação, os "bloqueios efémeros": em grupos, os cidadãos instalam caixotes do lixo ou barreiras nos cruzamentos e vão-se embora quando a polícia chega. Outros atravessam sem parar a mesma passadeira durante várias dezenas de minutos para impedir a circulação dos carros.

Várias dezenas de pessoas foram detidas nestes bloqueios em todo o país - 70 delas apenas na noite de quarta para quinta-feira na capital.

O comunicado da UE recordou também que "qualquer medida de privação de liberdade ou sanção penal deve basear-se em suspeitas razoáveis de ter cometido uma infração e deve ser justificada e proporcionada".

No torneio de Wimbledon, o campeão de ténis sérvio Novak Djokovic comemorou hoje a vitória sobre o britânico Daniel Evans com um gesto de "bombeamento" com os braços, que se tornou simbólico do protesto no seu país e da pressão que os manifestantes pretendem exercer sobre o poder.

O movimento de protesto é o mais importante desde a chegada ao poder do Presidente Aleksander Vucic (direita nacionalista) há mais de 10 anos, mas este afirmou no domingo que não cederia às exigências dos manifestantes e ameaçou com novas detenções.

O Presidente está omnipresente nos meios de comunicação social - apareceu 220 vezes na televisão nos primeiros 181 dias do ano de 2025 -, onde critica regularmente os manifestantes "pagos pelo estrangeiro", que acusa de quererem fomentar um golpe de Estado.

Para a oposição da Sérvia, Vucic tornou-se cada vez mais autoritário, reprimindo direitos, liberdades e garantias e "abrindo o caminho" à corrupção e ao crime organizado.

A Sérvia é candidata à adesão à UE, apesar de o Governo de Vucic manter relações estreitas com a Rússia e a China.

Leia Também: Costa pede esforços a Kyiv e Bruxelas para fazer avançar adesão à UE

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