ONG Repórteres Sem Fronteiras acusa Israel de atacar jornalistas

Numa entrevista dada à agência de notícias espanhola EFE, hoje publicada, o líder da ONG de defesa dos jornalistas de todo o mundo adiantou ter analisado algumas das provas que foram fornecidas por Israel, considerando que não fazem sentido.

Thibaut Bruttin

© THIBAUD MORITZ/AFP via Getty Images

Lusa
30/06/2025 15:05 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O diretor-geral da organização não-governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Thibaut Bruttin, considerou hoje um insulto que Israel chame "terroristas" aos jornalistas que mata na Faixa de Gaza e classificou alegadas provas apresentadas pelo exército como "totalmente absurdas".

 

Numa entrevista dada à agência de notícias espanhola EFE, hoje publicada, o líder da ONG de defesa dos jornalistas de todo o mundo adiantou ter analisado algumas das provas que foram fornecidas por Israel, considerando que não fazem sentido.

Segundo Bruttin, embora o exército israelita tente repetidamente "apresentá-los como terroristas", muitos dos repórteres mortos em Gaza foram visados só por serem jornalistas.

Dos mais de 200 jornalistas mortos no enclave palestiniano desde o início da guerra, em outubro de 2023, a RSF acredita que "cerca de 50 casos" foram propositados.

"Os jornalistas são civis", sublinhou o diretor-geral da RSF, lembrando que não são vítimas colaterais do conflito.

Thibaut Bruttin denunciou ainda a dificuldade para retirar da região os jornalistas feridos e a necessitar de cuidados médicos.

Embora observe uma mudança nos meios de comunicação social em relação à responsabilidade das tropas israelitas em ataques a civis, lamenta que o exército israelita dissemine agora que a informação prestada pelos jornalistas é "propaganda total", enquanto antes, em geral, tentava envolver-se com a imprensa internacional de forma "muito responsável".

Sobre os efeitos do recente confronto entre Israel e o Irão, Bruttin destacou que em ambos os países há "muito pouco espaço" para a liberdade de imprensa, embora a níveis diferentes.

O diretor-geral da RSF condenou o ataque à sede da televisão estatal iraniana, mas também sublinhou que este canal "não é de todo um serviço público", mas sim uma fonte de propaganda.

"Estamos do lado do jornalismo que importa, realizado de acordo com os princípios da honestidade e da realidade, e não é o caso da televisão estatal iraniana", disse.

Por isso, afirmou na mesma entrevista que a sua principal prioridade no Irão é "garantir que a informação sai do país e garantir a segurança dos jornalistas atualmente detidos", lembrando que Israel bombardeou a prisão de Evin, onde estão detidos ativistas políticos e jornalistas.

No caso de Israel, Bruttin alertou para o endurecimento da regulamentação dos 'media' que está a ser desenvolvida pelo atual Governo, liderado por Benjamin Netanyahu.

De acordo com o responsável da RSF, muitos órgãos de comunicação social israelitas seguem as ordens das autoridades militares e implementam a censura, restando muito poucos independentes a desafiar "corajosamente" esta postura.

Leia Também: Presidente do Egito pede que se ouça "voz da sabedoria" para chegar à paz

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