Orbán tentou, mas "amor não é banido". Budapeste marchou pela "liberdade"

Cerca de 200 mil pessoas saíram à rua para marcar presença na Marcha do Orgulho de Budapeste, no sábado, tendo proclamado que "a liberdade e o amor não podem ser proibidos".

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Notícias ao Minuto com Lusa
29/06/2025 08:14 ‧ há 4 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Hungria

Apesar da proibição imposta pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, cerca de 200 mil pessoas saíram à rua para marcar presença na Marcha do Orgulho de Budapeste, no sábado.

 

Munida com cartazes a fazer pouco do chefe do governo e a proclamar que “a liberdade e o amor não podem ser proibidos”, a multidão deixou a Praça Deák, situada junto à Câmara Municipal de Budapeste, a ‘rebentar pelas costuras’, antes de seguir pela Ponte Erzsébet, com bandeiras da União Europeia (UE) e de arco-íris em riste.

Pequenos grupos de contra-manifestantes de extrema-direita tentaram perturbar a marcha, mas a polícia separou-os e desviou o percurso daqueles que clamavam pela “liberdade”, para evitar confrontos, noticiou a agência Reuters.

"A mensagem é clara, não têm poder sobre nós", considerou o presidente da Câmara de Budapeste, Gergely Karacsony, durante a manifestação.

O responsável, que agradeceu à polícia por ter assegurado a segurança da marcha, teceu também agradecimentos ao primeiro-ministro húngaro, “por promover uma sociedade mais tolerante", numa publicação divulgada na rede social Facebook.

É que, recorde-se, o governo de Orbán, que tem restringido os direitos da comunidade LGBTI+ desde que assumiu o poder, em 2010, aprovou uma série de reformas legais e constitucionais em março e abril passados para proibir a 30.ª edição da Marcha do Orgulho, por considerar que representava uma ameaça ao "desenvolvimento adequado" dos menores. As regras preveem multas para os participantes destes eventos e, de acordo com a imprensa independente, o governo planeia utilizar sistemas de reconhecimento facial.

Nessa linha, a 17 de junho, o presidente da Câmara de Budapeste anunciou que a cidade acolheria a Marcha do Orgulho como um evento municipal, pelo que não seria necessária a aprovação da polícia. Ainda assim, e de acordo com o Executivo, a participação no evento terá "consequências legais", incluindo multas de até 200.000 forints (cerca de 500 euros) e penas de até um ano de prisão.

Comissária europeia e 70 eurodeputados na Marcha do Orgulho de Budapeste

Comissária europeia e 70 eurodeputados na Marcha do Orgulho de Budapeste

A comissária europeia para a Igualdade e pelo menos 70 eurodeputados, incluindo portugueses, vão participar, no sábado, na Marcha do Orgulho de Budapeste, proibida pelo Governo húngaro com o argumento de que representa uma ameaça para os menores.

Lusa | 14:28 - 27/06/2025

Apesar de tudo, a comissária europeia para a Igualdade, Preparação e Gestão de Crises, Hadja Lahbib e pelo menos 70 eurodeputados, incluindo portugueses, também marcaram presença na Marcha do Orgulho de Budapeste, assim como mais de 200 delegados (entre os quais portugueses) de 17 secções da Amnistia Internacional, nomeadamente a secretária-geral da organização, Agnès Callamard, indicou a ONG.

Uma petição, assinada por mais de 120 mil pessoas de 73 países (Portugal incluído), foi entregue na sede da polícia húngara na quarta-feira pelo diretor da Amnistia Internacional - Hungria, Dávid Vig, "lembrando ao comandante da polícia da cidade o seu dever de respeitar, proteger e facilitar o direito das pessoas a protestar pacificamente".

Também a Comissão Europeia manifestou o seu apoio à marcha, tendo a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, solicitado às autoridades húngaras que permitissem a sua realização e que não impusessem multas ou sanções a nenhum dos seus participantes.

Na quinta-feira, Von der Leyen reforçou este apelo à Hungria, depois de o ministro da Justiça húngaro ter avisado os participantes de que estariam a cometer crimes ao comparecerem no evento.

Já na sexta-feira, Orbán criticou responsável por tratar “a Hungria como um país vassalo”.

“Pensa que pode ditar aos húngaros, a partir de Bruxelas, como devemos viver (...) tal como fazia (o líder soviético Leonid) Brezhnev", disse.

Saliente-se que a Hungria é um dos países da UE que mais têm recuado no cumprimento das suas obrigações internacionais e regionais em matéria de direitos humanos.

Espreite as imagens na galeria acima.

Leia Também: Cerca de 200 mil pessoas desfilaram na Marcha do Orgulho em Budapeste

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