Teerão critica "golpe irreparável" na não-proliferação nuclear

O representante do Irão na Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Reza Najafi, denunciou uma "grave ameaça à paz e à segurança internacionais".

 representante do Irão na Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA),  Reza Najafi,

© Askin Kiyagan/Anadolu via Getty Images

Lusa
23/06/2025 15:02 ‧ há 4 horas por Lusa

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O representante do Irão na Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) advertiu hoje que os ataques israelitas e norte-americanos ao programa nuclear iraniano constituem um "golpe irreparável" para o regime de não-proliferação de armas nucleares.

 

Em declarações aos jornalistas à margem de uma reunião de emergência do Conselho de Governadores da AIEA em Viena, Reza Najafi falou de uma "grave ameaça à paz e à segurança internacionais".

"O recente ato ilegal de agressão infligiu um golpe fundamental e irreparável ao regime internacional de não-proliferação, demonstrando de forma conclusiva que o atual quadro do TNP [Tratado de Não-Proliferação] se tornou ineficaz", afirmou.

O Irão assinou o TNP em 1970, que obriga o país a não desenvolver armas nucleares, concedendo-lhe simultaneamente o direito a aplicações atómicas civis, sujeitas à supervisão e ao controlo da AIEA.

Israel iniciou uma ofensiva militar contra o Irão em 13 de junho, sob a alegação de que o país se preparava para fabricar uma bomba atómica, o que Teerão nega.

Os Estados Unidos bombardearam no domingo três instalações nucleares do Irão, juntando-se aos esforços de Israel para aniquilar o programa nuclear do país.

Os ataques "constituem uma clara violação do direito internacional, da Carta das Nações Unidas e do Estatuto da AIEA", disse Najafi, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

O diplomata alertou também para os perigos ambientais que podem resultar do bombardeamento de instalações atómicas na República Islâmica do Irão.

"Estes ataques ilegais podem ter consequências ambientais de grande alcance e devastadoras, apresentando sérios riscos de contaminação radioativa, química e radiológica não só para o Irão, mas para toda a região", afirmou.

No discurso de hoje perante o Conselho de Governadores, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, afirmou que, por enquanto, não se registou qualquer aumento de radiação fora das instalações nucleares visadas no Irão.

Najafi reafirmou o "direito inerente do Irão à autodefesa" e anunciou que o Irão "defenderá firmemente a soberania e os interesses nacionais supremos por todos os meios necessários".

"A era da impunidade sem restrições chegou ao fim", afirmou o representante iraniano junto da agência da ONU para a energia nuclear.

Najafi disse que "enquanto a ameaça persistir, o Irão continuará a tomar as medidas necessárias, firmes e proporcionais para a neutralizar no momento, local e forma que escolher, no pleno exercício do direito inerente à autodefesa"

As medidas do Irão serão "proporcionais, específicas e precisas", acrescentou.

Leia Também: Guineenses no Irão pedem apoio para sair do país devido à guerra

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