Israel? França nega tensão após encerramento de espaços em exposição

O primeiro-ministro francês rejeitou hoje uma deterioração das relações com Israel após o encerramento dos espaços de exposição de várias empresas de defesa israelitas na 55.ª edição do Salão internacional Paris Air Show.

François Bayrou, França,

© BENOIT DURAND/Hans Lucas/AFP via Getty Images

Lusa
16/06/2025 16:29 ‧ há 4 horas por Lusa

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França

"A posição do Governo francês era muito simples. Era a de que não houvesse armas de guerra ofensivas. Defensivas eram perfeitamente possíveis", afirmou François Bayrou à imprensa, na feira de aeronáutica, que se realiza em Le Bourget (norte de Paris), após o encerramento inesperado dos espaços de cinco das nove empresas israelitas presentes.

 

O governante francês salientou que isso foi previamente acordado com as autoridades diplomáticas israelitas, mas nem todas as empresas cumpriram as diretrizes.

"Um certo número de empresas seguiu este acordo e outras não, por isso dissemos ser necessário tempo para chegar a um acordo e que não permitiríamos a exposição de armamento ofensivo", afirmou.

Bayrou descartou, contudo, que esta medida implique uma deterioração das relações com Israel, algo que seria "totalmente infundado", apesar das queixas expressas pelas autoridades israelitas, afirmando esperar que os encerramentos sejam provisórios.

A ausência de armamento ofensivo era um requisito imposto pelo Governo francês às empresas aeronáuticas e de defesa israelitas para participarem no Salão Internacional da Aeronáutica e do Espaço, a maior feira mundial do setor aéreo, tendo em conta a ofensiva e a grave situação humanitária na Faixa de Gaza.

A crise nos territórios palestinianos torna "inaceitável que armamento ofensivo esteja em um salão como este", sublinhou Bayrou.

"Não se pode matar um povo à fome, não se pode privá-lo de acesso à ajuda humanitária, não se pode isolá-lo", considerou o chefe de Governo francês, acrescentando, sem deixar de lembrar os atentados do grupo islamita palestiniano Hamas de 07 de outubro de 2023, que a situação em Gaza "dói e revolta" boa parte dos franceses.

François Bayrou dissociou este conflito da escalada bélica com o Irão, sobre a qual reforçou a posição de solidariedade já expressa na sexta-feira pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

"Nunca subestimei a situação de risco do Irão e a preparação de armas nucleares (...) O Irão tem indicado constantemente que, para eles, Israel é um alvo e que Israel deve ser destruído, pelo que a preparação deste tipo de armamento nuclear era evidentemente um perigo imediato", explicou.

Bayrou acrescentou que esta é uma guerra que pode ter "consequências imensas" em todo o mundo e que o Irão e a forma como conduz a sociedade têm sido uma "preocupação constante" em todo o planeta há anos, particularmente em questões como no tratamento das mulheres.

As outras quatro empresas israelitas que participam no evento em França, ou seja, as que cumpriram a proibição de armas ofensivas, não foram afetadas pelos encerramentos.

A França tem vindo a endurecer a postura em relação a Israel, por causa da situação em Gaza, e Macron já anunciou que pretende reconhecer um Estado palestiniano numa conferência, inicialmente agendada para esta semana em Nova Iorque, sob os auspícios da ONU, mas que foi adiada devido à ofensiva israelita contra o Irão.

Leia Também: Israel transfere tropas de Gaza para fronteiras com Egito e Jordânia

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