PS francês acorda alianças para impedir governo de extrema-direita

O congresso do Partido Socialista (PS) francês terminou este domingo em Nancy, com a reeleição de Olivier Faure como primeiro secretário e o estabelecimento de linhas para um acordo com alianças de esquerda para as eleições francesas.

Olivier Faure, líder do Partido Socialista Francês - Ludovic Marin/AFP via Getty Images

© Ludovic Marin/AFP via Getty Images

Lusa
15/06/2025 17:11 ‧ há 7 horas por Lusa

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França

Com pouco mais de dois pontos percentuais de diferença em relação ao rival na segunda volta, Nicolas Mayer-Rossignol, que já havia enfrentado em 2023, Olivier Faure garantiu, no sábado, o quarto mandato (51,15% dos votos).

 

Numa altura em que o partido se encontrava dividido na estratégia de alianças eleitorais, o primeiro secretário do PS estabeleceu uma linha de alianças com outras formações de esquerda que exclui o partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI) de Jean-Luc Mélenchon, a menos que isso seja necessário para impedir que a extrema-direita chegue ao poder.

Faure, na liderança do PS desde 2018, é um firme defensor de uma candidatura comum da esquerda, mas excluindo a LFI, que considera demasiado radical em alguns aspetos e, sobretudo, a quem reprova a vontade de anular todos os outros.

No discurso de encerramento do congresso em Nancy (nordeste), Faure pediu a todas as fações do PS que deixem de estar obcecadas com o líder da LFI, que marca a agenda da esquerda.

"Um grande partido socialista" deve assumir "a liderança frente à direita, frente à extrema-direita" e não "rebaixar-se a uma polémica permanente" com a LFI, afirmou Faure.

Uma alusão à divisão que se manifestou no congresso entre aqueles que o apoiaram e aqueles que optaram pelo rival Nicolas Mayer-Rossignol, que perdeu com pouco menos de 49% dos votos.

Mayer-Rossignol, mais próximo de uma sensibilidade social-democrata, é a favor de que o PS aja de forma independente das outras forças de esquerda e considera que o partido é completamente incompatível com a LFI, apostando numa rutura definitiva com a esquerda radical.

Porém, também Mayer-Rossignol se disse a favor de "uma frente republicana nos locais onde há risco" de que o partido de extrema-direita União Nacional (RN, sigla em francês) de Marine Le Pen conquiste o poder

O líder do PS afirmou que não assinará nenhum acordo para se apresentar com a LFI nas eleições municipais de 2026. Já para as eleições presidenciais previstas para a primavera de 2027 vai trabalhar por uma candidatura da esquerda que inclua socialistas, ecologistas, comunistas e outras personalidades, mas sem a LFI.

Mas, ao mesmo tempo, Faure justificou a coligação da Nova Frente Popular (NFP) que foi feita no verão de 2024 juntamente com a LFI, os ecologistas e comunistas, para se apresentar às eleições legislativas antecipadas, nas quais o RN aparecia inicialmente como favorito.

"Se não tivéssemos feito a Nova Frente Popular, [Jordan] Bardella estaria agora em Matignon", afirmou, referindo que o sucessor de Le Pen seria assim primeiro-ministro da França.

A coligação de toda a esquerda e a estratégia de uma parte do centro e da direita de se retirar em alguns círculos eleitorais franceses impediram o RN, na segunda volta das legislativas, de obter uma maioria para governar.

"Se surgisse a ameaça de a extrema-direita chegar ao poder, nenhum de nós aceitaria participar, nem mesmo indiretamente, para que isso acontecesse", garantiu o líder socialista.

Leia Também: "Não se faz." Macron critica Trump em visita à Gronelândia

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