"Estes ativistas conseguiram o efeito que queriam, mas trata-se de uma instrumentalização à qual não devemos ceder", afirmou Bayrou perante a Assembleia Nacional francesa, provocando a saída do hemiciclo de quase todos os deputados do partido de esquerda radical França Insubmissa (LFI), a que pertence Rima Hassan.
No dia 01 de junho, 12 ativistas franceses, alemães, brasileiros, turcos, suecos, espanhóis e holandeses partiram da Itália a bordo do navio "Madleen" para "quebrar o bloqueio israelita" de Gaza, que se encontra numa situação humanitária crítica após mais de 20 meses de guerra.
O barco, fretado pela Coaligação da Frota pela Liberdade (CFF), um movimento internacional não violento de apoio aos palestinianos lançado em 2010, foi abordado na segunda-feira pela marinha israelita a cerca de 185 quilómetros a oeste da costa de Gaza.
Na terça-feira, a ativista Greta Thunberg, de 22 anos, foi deportada de avião para a Suécia fazendo escala em França, juntamente com dois franceses que aceitaram ser repatriados imediatamente.
Durante a sua escala no aeroporto parisiense de Roissy, Greta Thunberg denunciou um sequestro em águas internacionais e, ao chegar a Estocolmo à noite, o "silêncio das pessoas enquanto um genocídio está em curso".
Outros quatro franceses estão detidos em Israel até ao momento, com o estatuto de "imigrantes ilegais", e "o objetivo é colocá-los num avião para a França o mais rápido possível", segundo o embaixador de Israel em Paris, Joshua Zarka.
Na segunda-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu o regresso "o mais rapidamente possível" dos seis ativistas franceses a bordo do navio de ajuda humanitária intercetado ao largo de Gaza pelas autoridades israelitas, segundo o Eliseu.
Já o líder da LFI (esquerda radical), Jean-Luc Mélenchon, acusou Israel de fazer uma "detenção ilegal", tendo convocado na segunda-feira manifestações por todo o país, incluindo na capital francesa, para apoiar os ativistas detidos por Israel e denunciar o "genocídio em Gaza".
Após mais de um ano e meio de guerra, a situação humanitária desastrosa na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes em 07 de outubro de 2023 no território israelita pelo movimento islâmico palestiniano Hamas, no poder desde 2007, que provocou 1.218 mortes, de acordo com uma contagem da agência noticiosa France-Presse baseada em dados oficiais.
Mais de 55.000 palestinianos, a sua maioria civis, foram mortos na ofensiva israelita de retaliação em Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.
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