A fundação (ou GHF, na sigla em inglês) é uma organização sediada na Suíça que está a gerir, há quase duas semanas, a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, com o apoio dos Estados Unidos e de Israel.
A GHF escreveu na rede social Facebook que reabriu dois locais de distribuição, ambos em Rafah, no sul do enclave palestiniano, indicando posteriormente o encerramento por terem concluído as entregas.
"Os centros de distribuição em Khan Yunis e Wadi Gaza" encerraram, referiu a GHF, acrescentando já não existirem pacotes de alimentos dos dois locais.
Criticada pela ONU e por outras organizações de ajuda humanitária por violar as normas internacionais de neutralidade na prestação de ajuda, a GHF é considerada a figura de proa de um plano controverso que envolve a presença de segurança privada e do exército israelita em Gaza para proteger o perímetro dos pontos de distribuição de alimentos.
Na terça-feira, o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, classificou como inaceitáveis os ataques contra palestinianos em pontos de distribuição de ajuda humanitária, depois de as autoridades de Gaza, controladas pelo grupo islamita Hamas, terem reportado mais de 100 mortes por tiros disparados pelas forças israelitas.
"Este sistema militarizado põe vidas em risco e viola as normas internacionais sobre a distribuição de ajuda humanitária, como as Nações Unidas têm alertado repetidamente", disse Turk, depois de o secretário-geral da ONU, António Guterres, ter pedido uma investigação "imediata e independente" sobre tais incidentes.
O exército israelita admitiu ter aberto fogo em várias ocasiões a menos de um quilómetro do centro instalado no bairro de Tel al-Sultan, depois de alguns residentes de Gaza terem abandonado as rotas estabelecidas pelas autoridades israelitas, de acordo com um comunicado.
Também em comunicado, a GHF afirmou não ser responsável pelo que acontece fora dos centros por Gaza se encontrar "numa zona de combate".
Com o fim da proibição israelita de entrada de mantimentos na Faixa de Gaza, ao fim de quase três meses de bloqueio, Israel autorizou uma distribuição limitada de alimentos nas mãos de um grupo privado com apoio dos norte-americanos.
Leia Também: UE está "mais bem preparada" para lidar com pressões migratórias