A reforma militar aconteceu durante uma sessão do Partido dos Trabalhadores, na quarta-feira, de acordo com a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.
A reunião foi presidida pelo líder do regime, Kim Jong-un, tendo sido nomeados seis comandantes de unidade da cúpula militar, o diretor do gabinete de Artilharia e o responsável pelo gabinete de Segurança.
A sessão "chegou a uma conclusão importante sobre o reforço das capacidades de defesa nacional e a orientação e tarefas imediatas para as atividades militares e políticas das forças armadas" norte-coreanas, indicou a agência.
Durante a reunião, "foram discutidas e decididas medidas militares para manter firmemente a superioridade estratégica e tática em todos os aspetos", além de ter sido aprovada uma série de novos projetos nos campos da ciência e da indústria de defesa, continuou a KCNA.
A renovação dos líderes militares ocorre depois de um acidente, em 21 de maio, durante a apresentação de um novo contratorpedeiro norte-coreano, que naufragou parcialmente durante a cerimónia e na presença de Kim, que classificou o ocorrido como "um ato criminoso intolerável".
Altos funcionários foram detidos no âmbito da investigação sobre o incidente, entre eles o vice-diretor do departamento da Indústria de Munições do partido.
Este tipo de reconhecimento público de falhas técnicas ou administrativas por parte da Coreia do Norte é invulgar, dado que o regime costuma ocultar incidentes que possam ser interpretados como sinais de fraqueza ou incompetência, especialmente em setores estratégicos como o militar.
As mudanças militares ocorrem também poucos dias depois de a Coreia do Norte ter enviado a mensagem mais beligerante até ao momento à Administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, a quem acusou de querer promover um potencial cenário de guerra nuclear no espaço com a "Cúpula Dourada".
Pyongyang disse que o sistema antimísseis com intercetores espaciais que Washington planeia construir nos próximos anos será "o detonador da corrida armamentista nuclear e espacial mundial", considerando que a única forma de garantir a segurança é "através da simetria de um poder incomparável" capaz de enfrentar os desafios atuais e futuros.
Na semana passada, Trump estimou que a 'Cúpula Dourada', apresentada como um sistema de defesa mais avançado do que a 'Cúpula de Ferro' de Israel, vai custar cerca de 175 mil milhões de dólares (154,7 mil milhões de euros) e deverá estar concluída no final do mandato, em 2029.
Leia Também: EUA acusam Coreia do Norte e Rússia de violarem sanções da ONU