Estados da ASEAN preocupados com taxas de Trump reunem-se com China e CCG

Os dirigentes dos Estados do sudeste asiático manifestaram hoje "profunda preocupação" com a ofensiva protecionista de Donald Trump, durante a realização da sua primeira cimeira com a China e os Estados do Golfo, em Kuala Lumpur.

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© BAY ISMOYO/AFP via Getty Images

Lusa
27/05/2025 21:21 ‧ ontem por Lusa

Mundo

ASEAN

Apesar do anúncio de uma pausa de 90 dias para a maior parte dos países visados inicialmente pela instauração de taxas alfandegárias elevadíssimas, anunciadas em abril, por Trump, a decisão deste incitou a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em Inglês) a acelerar a diversificação dos seus fluxos comerciais.

 

Esta cimeira, que decorreu hoje na capital malaia, juntou pela primeira vez os 10 Estados membros da ASEAN com a China, que esteve representada pelo primeiro-ministro, Li Qiang, e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que agrega Arábia Saudita, Barém, Emiratos Árabes Unidos, Koweit, Omã e Qatar.

Ao fim do dia, a ASEAN publicou uma declaração em que exprime a sua "profunda preocupação com a imposição unilateral de taxas alfandegárias, que expõe o seu crescimento económico, a sua estabilidade e a sua integração a desafios complexos e multidimensionais".

Em outro comunicado, a ASEAN sublinhou a sua "determinação sólida em permanecer unida", face às taxas alfandegárias, comprometendo-se a alargar a cooperação com outros parceiros.

A China e a ASEAN já são os principais parceiros comerciais mutuamente e as exportações chinesas para Tailândia, Indonésia e Vietname aumentaram acentuadamente em abril, fenómeno atribuído ao reencaminhamento das exportações chinesas originalmente destinadas aos EUA.

Por outro lado, a ASEAN assegurou hoje que não vai impor taxas alfandegárias às importações vindas dos EUA, em represália, como fez a China.

O primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, prometeu, porém, que a ASEAN vai continuar a dialogar com Washington e Pequim.

"A posição da ASEAN é central", realçou Anwar, que acrescentou: "Se isso significar trabalhar com os chineses, sim, vamos fazê-lo".

Entretanto, "é lógico continuar a manter relações razoavelmente boas com os EUA", sublinhou.

O diálogo com Washington é particularmente importante, porque a Malásia tornou-se uma placa giratória de semicondutores, disse.

Os semicondutores tornaram-se um ponto central das restrições impostas pelos EUA, que procura impedir a China de disputar o seu domínio na inteligência artificial.

Na segunda-feira, Anwar revelou que tinha escrito a Trump para sugerir a realização de uma cimeira ASEAN-EUA. O Ministério dos Negócios Estrangeiros avançou que este ainda não tinha respondido.

Leia Também: Malásia apela à "unidade" na ASEAN face às tarifas dos Estados Unidos

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