Malásia apela à "unidade" na ASEAN face às tarifas dos Estados Unidos

O sudeste asiático deve acelerar a integração económica, diversificar os mercados e manter-se unido face às perturbações no comércio global resultantes das tarifas dos Estados Unidos, disse hoje o chefe da diplomacia da Malásia.

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Lusa
25/05/2025 06:21 ‧ há 3 horas por Lusa

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ASEAN

O ministro dos Negócios Estrangeiros malaio, Mohamad Hasan, falava durante a abertura da primeira cimeira anual de chefes de Estado e de Governo da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur.

 

"Os países da ASEAN estão entre os mais afectados pelas tarifas impostas pelos EUA. A guerra comercial entre os EUA e a China está a perturbar drasticamente os padrões de produção e comércio em todo o mundo", disse Mohamad.

O diplomata admitiu mesmo que "é provável que ocorra uma desaceleração económica global".

"Devemos aproveitar este momento para aprofundar a integração económica regional, para que possamos proteger melhor a nossa região de choques externos," acrescentou Mohamad.

Os países da ASEAN, muitos dos quais dependem das exportações para os EUA, estão a sofrer com tarifas que variam entre 10% e 49%. Seis dos dez países membros da associação estavam entre os mais afetados, com tarifas que variavam entre 32% e 49%.

A ASEAN tentou, sem sucesso, marcar uma reunião inicial com os EUA como um bloco. Quando o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou em abril uma pausa de 90 dias nas tarifas, países como a Malásia, a Indonésia, a Tailândia e o Vietname iniciaram rapidamente negociações comerciais bilaterais com Washington.

A unidade da ASEAN é crucial, uma vez que a região lida com os impactos das alterações climáticas e com a perturbação causada pelo uso da inteligência artificial e de outras tecnologias não regulamentadas para fins criminosos, disse Mohamad.

O diplomata acrescentou que a ASEAN, cuja presidência rotativa pertence à Malásia, será testada pela pressão externa, incluindo uma rivalidade entre superpotências.

"As pressões externas estão a aumentar, e o âmbito dos desafios nunca foi tão grande", disse Mohamad.

"Portanto, é crucial que reforcemos os laços que nos unem, para que não se desfaçam sob pressões externas. Para a ASEAN, a unidade é agora mais importante do que nunca", sublinhou.

De acordo com um projeto de declaração que deverá ser divulgado na segunda-feira, os líderes da ASEAN manifestaram a sua "profunda preocupação (...) com a imposição de medidas tarifárias unilaterais".

As medidas dos Estados Unidos "representam desafios complexos e multidimensionais ao crescimento económico, à estabilidade e à integração da ASEAN", de acordo com o projeto de declaração.

Mohamad reiterou ainda o apelo às partes em conflito em Myanmar (antiga Birmânia) para que cessem as hostilidades numa guerra civil que matou milhares e desalojou milhões de pessoas desde a tomada do poder pelos militares, em 2021.

Nesta cimeira poderá também ser decidida a adesão plena do lusófono Timor-Leste, como admitiu recentemente o Presidente timorense, José Ramos-Horta.

Leia Também: Malásia exige explicações a Putin após decisão sobre queda do voo MH17

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