Autor Bastien Vivès em julgamento por apologia de pornografia de menores

O autor francês de banda desenhada Bastien Vivès começou hoje a ser julgado em Nanterre, perto de Paris, acusado de fazer apologia de pornografia de menores através dos seus desenhos.

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Lusa
27/05/2025 18:23 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Bastien Vivès

O julgamento decorre hoje e quarta-feira, com o autor a incorrer numa pena de prisão até cinco anos e numa multa de 75.000 euros, por causa de duas obras em concreto: as bandas desenhadas 'Petit Paul' e 'La décharge mentale', nas quais aparecem adultos em relacionamentos sexuais com menores.

 

Segundo a agência France-Presse (AFP), também as editoras Les Requins Marteaux e Glénat, que publicaram aqueles dois livros, estão a ser julgadas por "distribuição de imagens pornográficas de menores".

Na sessão de hoje, o advogado de defesa de Vivès, Richard Malka, argumentou que "um escritor de histórias de detetives não é responsável pelo assassinato das suas personagens", criticando a forma como as associações de proteção das crianças estão a defender "as crianças de tinta e caneta em vez das crianças reais".

Bastien Vivès permaneceu em silêncio, mas o advogado reclamou inocência e, em declarações à AFP, disse que "nunca houve qualquer incitamento ou apologia da pedofilia por parte de Bastien Vivès nas suas obras".

Vivès, de 41 anos, chega aos tribunais depois de, em janeiro de 2023, ter sido apresentada uma queixa por várias associações de proteção de menores a propósito daqueles dois livros.

Na queixa, a associação Fondation pour l'enfance denunciava "representações de menores em situações sexualmente explícitas, sem dúvida de caráter pornográfico".

No final de 2022, nas vésperas de começar uma nova edição, o festival de banda desenhada de Angoulême anunciou o cancelamento de uma exposição dedicada a Bastien Vivès, na sequência de protestos e ameaças contra o autor, acusado de incitar à pornografia infantil e ao incesto através das obras de banda desenhada.

Na altura, o festival defendeu a liberdade de expressão do autor, sublinhando que Vivès estava a ser julgado nas redes sociais e não na justiça, mas cancelou a exposição por terem sido feitas ameaças não só ao autor como a elementos da organização.

Na mesma ocasião, em declarações ao Le Parisien, Bastien Vivès negou as acusações dizendo: "Não sou pedófilo e não, isso não é uma fantasia minha. Perceberão isso se quiserem ler honestamente os meus livros".

Bastien Vivès, já premiado anteriormente por Angoulême, é autor de 'Polina' e 'Uma irmã' - ambos editados em Portugal -, 'Le goût du chlore' e é coautor da série 'Lastman' e dos livros 'A rainha da Babilónia' e 'Oceano Negro'.

Leia Também: Carlos III elogia autodeterminação dos canadianos em tempo de ameaças

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